Willi Gomes
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O que vou relatar aqui aconteceu em meados de julho. Eu estava caminhando em direção ao mercado próximo de casa, por volta de 11h e cortei caminho por uma praça, onde é realizado exames e aulas de direção para motoristas. O local estava repleto de pessoas – aproximadamente 20 alunos. Reparei que ali havia um cachorro deitado entre as pessoas, aparentemente morto, muito magro e me aproximei, coloquei minhas mãos em sua cabeça e, para minha surpresa, com muito esforço ele se levantou para me olhar.
Aquela cena me cortou o coração. O cão e a indiferença dos humanos próximos. Deixei o cachorro ali, e fui ao mercadinho, comprei dois pães e um copinho de água mineral, voltei a praça e servi o cãozinho. Todos viram, porém ninguém se aproximou.
Percebi que o cachorro estava muito fraco para mastigar a refeição, então, com as mãos piquei o alimento, abri o copinho de água e dei a ele, que comeu com vontade e bebeu meio copo da água. Eu respirei fundo, me levantei e segui adiante, afinal, já tenho 12 cães em casa. Passei o resto do dia pensando naquela cena. Por volta das 22h, voltei correndo ao local, e lá estava o cão, deitado sobre o pão inteiro. Desabei com a cena e trouxe o menino para casa. Logo cedo, na manhã seguinte, levei-o ao veterinário, fizemos alguns exames e, para minha surpresa, o cão tinha apenas dois problemas: uma leve infecção intestinal e fome! Aquela magreza e fraqueza eram fome.
Hoje ele faz parte de nossa família. Ainda muito magro, mas feliz e com muita disposição. Porém, até hoje eu me pergunto o que passou pela cabeça dos vinte alunos que ali estavam. Ninguém se comoveu?
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