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REABILITAÇÃO

Como é a recuperação dos animais marinhos encontrados nas praias de SC

Pinguins, lobos-marinhos e baleias-francas costumam aparecer no litoral catarinense durante o inverno em busca de alimentos e águas mais quentes

5 de agosto de 2024
Júlia Venâncio
3 min. de leitura
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Foto: Lucas Amorelli

A chegada do outono e do inverno no Hemisfério Sul movimenta os animais marinhos para o litoral brasileiro em busca de águas mais quentes para reprodução. Em Santa Catarina, por exemplo, é possível encontrar pinguins-de-magalhães, baleias-francas e lobos-marinhos. Contudo, o processo de migração não é simples e pode fazer com que muitas espécies sejam encontradas debilitadas nas praias do Estado.

Associação R3 Animal, organização não governamental (ONG), é a responsável pelo resgate, reabilitação e reintrodução de animais marinhos que chegam fragilizados em Florianópolis. Entretanto, em situações que envolvem as baleias-francas, a responsabilidade é dos órgãos públicos fiscalizadores, como o Ibama e a Polícia Militar Ambiental, como explica Cristiane Kolesnikovas, médica veterinária e presidente da associação.

— Nós recebemos aves e mamíferos marinhos vivos para reabilitação, e aves, mamíferos e tartarugas marinhas mortas para realização de necrópsia. A reabilitação de tartarugas marinhas é feita pelo Projeto Tamar — diz.

Além dos animais marinhos, que costumam aparecer com mais frequência no inverno, a associação também ajuda na recuperação das gaivotas que chegam em maior quantidade no verão. De acordo com a veterinária, as aves ficam normalmente debilitadas por intoxicação. Ou seja, através da ingestão de alimentos inadequados, como o consumo de plásticos.

No caso dos lobos-marinhos, eles costumam aparecer nas praias de Florianópolis para descansar, e por isso, a associação recomenda que os humanos não se aproximem.

—  A nossa equipe sempre relata a ocorrência e acompanha. Muitas vezes, as pessoas se aproximam e os deixam estressados e a gente tem que resgatar um animal que não necessariamente precisava de ajuda.

Em relação aos pinguins, eles ficam fragilizados devido às longas viagens que fazem no processo de migração. Por serem inexperientes, muitos se perdem do bando, ficando desidratados e desnutridos. Além dos desafios naturais, há fatores vindo de seres humanos que os prejudicam, como captura não intencional por redes de pesca, anzóis e poluição marinha.

Por estarem cansados e debilitados, os pinguins atingem as areias da praia e são incapazes de voltar a nadar. Até o dia 30 de julho de 2024, 1.970 aves foram encontradas em Florianópolis. Desse total, apenas 126 estavam vivas.

— A gente só faz o resgate quando eles estão na areia e não conseguem retornar para o mar. Se eles estão na água e nadando, eles ainda estão se alimentando e, por isso, não fazemos o resgate — explica Cristiane.

A orientação de quando encontrar um pinguim na praia é para não se aproximar. Segundo a R3, eles podem estar contaminados com gripe aviária, uma doença de alta mortalidade, e transmitir o vírus para os humanos.

— Em Santa Catarina, a gente teve alguns casos positivos de gripe aviária em animais marinhos. Todo cuidado é pouco. Apesar da gente ainda não ter casos em pinguins, sempre pedimos para que não toque nos animais e espere a equipe chegar com todos os equipamentos necessários para evitar contaminação.

Com o teste negativo para o vírus, os animais são transferidos para outra sala, onde recebem atendimentos veterinários direcionados para recuperação. Em seguida, eles são levados para outro ambiente, onde passam a conviver com bichos da mesma espécie. No caso dos pinguins, a R3 Animal possui uma piscina de água doce e de temperatura ambiente, onde as aves permanecem até o momento da soltura.

Fonte: NSC Total

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