Um cão pode viver até 20 anos (há casos de cães que chegaram aos 29!), bem menos que a média de 70 a 80 das pessoas, de modo que essas precisam estar preparadas para quando tiverem de se separar dos peludos. Isso pode acontecer devido à idade avançada do cão ou se acontecer alguma fatalidade e ele for atropelado ou contrair toxoplasmose, câncer ou outra doença grave.
Sempre comparamos caninos a humanos, e agora é a vez dos cães velhinhos que ficam debilitados e mais sensíveis, perdendo independência e exigindo muita atenção e cuidados. O primeiro sintoma de idade avançada é a diminuição de atividade e entusiasmo para atividades físicas e do interesse pelo que acontece à sua volta.
Uma das primeiras providências é evitar que o cão se deixe abater e fique prostrado, dando-lhe uma terceira idade produtiva, com atividades de acordo com sua condição física, como pequenas caminhadas ou brincadeiras com bolinhas e objetos. Outros sintomas são surdez, aumento de peso, catarata e outros problemas de visão, incontinência urinária e senilidade (geralmente demonstrada quando o cão tenta atacar algo que ninguém mais vê).
Ah, sim: é verdade que cães castrados vivem mais, mas a noção de que “um ano canino equivale a sete anos humanos” é mais um mito para a coleção. Vejamos dois detalhes. Um cão com 20 anos equivaleria a uma pessoa com 140; nenhum ser humano vive tanto. E o envelhecimento (ou melhor, amadurecimento) canino não é linear como o humano; com um ano de idade, cães (assim como gatos) já são maduros o suficiente para procriarem. E raças de grande porte, como os Buldogues e Mastifes, costumam viver menos que as pequenas, como Dachsunds e Pequineses.
Eutanásia: sim ou não?
Quando o cão está realmente muito idoso e quase não responde a estímulos, ou sofreu um acidente muito grave, ou ainda chegou à fase terminal de uma doença, enfim, quando o cão realmente está mal, não se alimentando nem respondendo a estímulos, com sinais vitais cada vez menores e vida mais longa significar vida sem qualidade, com dores, imobilidade e sofrimento, o mais usual é o veterinário sugerir a eutanásia. Ou seja, tirar a vida do cão de maneira serena e indolor.
Isso é bom ou ruim? Quem decide é o tutor. E a decisão tem de ser muito bem pensada. Valerá a pena termos conosco o cão de que tanto gostamos, mesmo que para continuar vivo ele precise sofrer, imóvel e cheio de dores? Volto a dizer: quem decide é o tutor.
O método mais usado para eutanásia é, simplesmente, colocar o cão para dormir. Ele é anestesiado e, ao adormecer de vez, recebe uma injeção de um composto químico (normalmente um barbitúrico) que paralisa coração e pulmões, tudo em no máximo cinco minutos.
Há quem prefira aplicar apenas uma dose muito forte, mas o método de duas etapas (anestesia e injeção letal), embora mais demorado, permite ao cão e ao tutor se despedirem.
Obviamente, a eutanásia é recomendável somente para abreviar o sofrimento de cães agonizantes, e não como método para diminuir a população canina.
Última morada
Para o derradeiro repouso do canino existem várias opções, desde sepultamento no próprio quintal do tutor (obviamente bem acondicionado para evitar contaminação do solo) e recolhimento gratuito do corpo pelas Prefeituras para cremação, a funerais requintados como o Pet Memorial, em São Paulo, primeiro crematório para cães (e outros animais de estimação) da América Latina, e cemitérios como Jardim do Amigo (em Itapevi, a 40km de São Paulo), Pet’s Garden (no Rio de Janeiro), Campo da Saudade (em Salvador), Jardim do Bom Amigo (em Colombo, perto de Curitiba), Cemitério Parque Bosque São Francisco de Assis (Belo Horizonte) e o cemitério do canil Dream’s Bloom, dedicado a Beagles (em Tatuí, interior de São Paulo).
O custo do funeral ou cremação varia de R$ 200 a R$ 2.000, conforme o local, o porte do animal e o luxo exigido. E se o cão falecer no consultório do veterinário, este pode ficar com o corpo para encaminhamento à cremação pelo Centro de Controle de Zoonoses, mediante pequenas taxas (cerca de R$ 20)
E a vida continua
Em caso de morte do cão, você não precisa, nem deve, ter vergonha de chorar muito e se descabelar um pouco; afinal, trata-se de um ente querido. Mesmo que você possua oito peludos, são os SEUS oito peludos, não apenas oito dentre os tantos que houver em sua cidade. Espalhe fotos e vídeos do cão por paredes, cadernos e blogs, fale dele à vontade, relembre bons momentos e “causos” pitorescos passados com ele, pode até compor poesias ou canções nele inspirados.
Compartilhar experiência com outras pessoas que passaram pela mesma situação e adotar outro canino também ajuda. Enfim, recorde mais a vida que a morte do cão. Com o tempo você se acostumará com o fato de que ele se foi e que, mesmo que esteja brincando no céu, não está mais aqui na Terra.
Ou, por outra, está sim. Como todo ente querido, o peludo sempre viverá nas boas lembranças de quem o conheceu e, de uma forma ou outra, estará sempre presente.
Com informações de Yahoo