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COMPANHIA

Como cães e gatos podem ajudar a melhorar saúde dos adultos

22 de julho de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Getty Images

Ter um animal doméstico pode ser mais do que uma fonte de alegria e companhia — pode também ser uma forma eficiente de melhorar a saúde mental e emocional de adultos. De acordo com a psicóloga Marina Vasconcellos, especializada em terapia familiar e psicodrama, os animais oferecem vínculos afetivos profundos, incentivam a interação social e estimulam hábitos saudáveis, como sair de casa e manter uma rotina.

“O vínculo com os animais é leve e puro. Eles estão sempre prontos para receber e dar carinho. Você não precisa falar nada, ter assunto, só ser você mesmo e oferecer afeto”, afirma Marina.

Segundo a especialista, a presença constante de um pet pode reduzir a ansiedade, trazer alívio em momentos de estresse e até ajudar no enfrentamento da depressão. “Na depressão, a pessoa se vê obrigada a reagir: levantar da cama, alimentar o animal, sair para passear. Só isso já ajuda a romper o isolamento e traz uma sensação de propósito.”

Além disso, o convívio com os bichos estimula a liberação de ocitocina, o hormônio do bem-estar associado ao vínculo afetivo. “Ter um pet alimenta a alma. O ser humano precisa de vínculo, e os animais são ótimos parceiros para isso, especialmente quando a pessoa está sozinha”, explica Marina.

Os animais também atuam como “pontes sociais”. A simples rotina de levar um cachorro para passear, por exemplo, pode ampliar a rede de contatos. “Você encontra outros donos de cães, troca conversas, conhece gente. Tem até gente que começou a namorar assim, cruzando no parque com seus cachorros.”

Psicóloga e especialista em saúde mental da Trabalhe pra Cachorro, Juliana Sato adiciona que a previsibilidade do comportamento do animal e os rituais cotidianos ajudam a estabelecer uma sensação de segurança.

“Psicologicamente e biologicamente, isso diminui o nível de cortisol (hormônio do estresse) e contribui para um estado emocional mais equilibrado. A convivência com o animal oferece pontos de estabilidade em meio à rotina agitada”, diz.

“A presença de um animal altera a rotina doméstica e preenche lacunas emocionais. Além de companhia direta, ele estimula interações externas em passeios, pet shops ou ambientes sociais. Para muitas pessoas, ele representa a única fonte de afeto e convivência constante.” – Juliana Sato, psicóloga.

Apesar de todos os benefícios, as especialistas reforçam que adotar um animal é um compromisso de longo prazo. “A pessoa precisa ter clareza de que ele exige cuidados diários, gastos com alimentação, saúde, higiene e tempo de companhia. É como um filho. Se você não pode dar atenção ou passa o dia todo fora, talvez seja melhor não ter”, diz Marina.

Ela ainda alerta para casos em que o animal pode não ser a melhor solução: “Num luto recente ou em transtornos mentais graves, como depressão severa ou esquizofrenia sem suporte, o risco é que o animal não receba os cuidados necessários.”

Para quem está decidido a adotar, a dica é avaliar o próprio estilo de vida e escolher um animal compatível. Marina detalha: “Se você mora em apartamento, talvez um cachorro grande não seja ideal. Gatos exigem menos, mas ainda assim precisam de atenção. Saiba como é o comportamento da raça, se lida bem com crianças, se é mais agitado ou tranquilo.”

Em tempos de solidão crescente, os animais oferecem um tipo de escuta silenciosa, mas afetiva. “Muita gente conversa com ele como se estivesse falando com um diário. Eles não respondem com palavras, mas com carinho. E, no fim das contas, o que todo mundo quer é isso: carinho, amor e ser reconhecido”, conclui Marina.

Cuidados antes de adotar

  • Verifique se você tem tempo e dinheiro para cuidar dele.
  • Avalie seu estilo de vida e escolha um animal compatível.
  • Lembre-se de que é um compromisso de mais de 10 anos.
  • Pense se está preparado emocionalmente para criar esse vínculo.

Adotar um animal pode transformar a vida — mas precisa ser uma escolha consciente e responsável.

Fonte: Terra. Editado por ANDA

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