Dessa vez foi no Grande Recife. Na noite de terça-feira, a soma de pessoas que perderam a vida por causa da enchente e dos deslizamentos de terra em Pernambuco chegava a 106. É uma triste história que se repete. Somente esse ano, cenas parecidas, igualmente trágicas, foram vistas na Bahia, em Minas e na região Serrana do Rio, com mais de 200 mortes na cidade de Petrópolis.
O levantamento mais abrangente feito no Brasil em relação às áreas de risco reúne dados coletado em 2010. Nesse estudo, foram apontadas mais de 870 cidades suscetíveis aos desastres naturais e humanos. Acontece que, de lá pra cá, os chamados fenômenos climáticos extremos são cada vez mais frequentes.
Em entrevista ao GLOBO, o professor Paulo Artaxo da USP, referência mundial nos estudos sobre o clima, lembrou que “outros eventos climáticos extremos não são possíveis, são uma certeza. Então, não precisa nem ser cientista para perceber que o clima está indo para uma direção de eventos extremos cada vez mais fortes”.
No Ao Ponto da última quarta-feira, a pesquisadora Silvia Saito, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), explica o que pode ser feito para que os desastres naturais não se tornam sempre uma catástrofe humana.
Ela analisa de que forma as simulações de desastres e uma política habitacional eficiente são fundamentais para enfrentar esse novo cenário e avalia a preparação das prefeituras atualmente para lidar com a frequência cada vez maior dos fenômenos climáticos extremos.
Fonte: O Globo