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CALOR EXTREMO

Como animais selvagens reagem à elevação das temperaturas

No mundo todo, animais estão sofrendo com ondas de calor cada vez mais comuns e mortais

15 de julho de 2024
Redação Folha de São Paulo
5 min. de leitura
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Macacos se refrescam do calor no Templo Galta ji, em Jaipur, estado de Rajasthan, na Índia (26.mai.2025) – Vishal Bhatnagar/Xinhua/Zumapress

Macacos bugios desidratados caindo das árvores no México. Bilhões de mexilhões, ostras e cracas fervendo nas costas do Canadá. Centenas de pinguins-de-magalhães mortos na Argentina em um único dia.

Esses casos, ocorridos nos últimos anos, têm um elemento em comum: foram provocados pelo calor extremo.

As temperaturas em todo o mundo estão subindo à medida que os países emitem cada vez mais gases de efeito estufa —2023 foi o ano mais quente já registrado. E a mudança climática só está tornando as ondas de calor mais comuns e extremas.

A maneira como esse fenômeno afeta a vida selvagem depende de vários fatores: a geografia, se é um calor crônico ou ondas de calor isoladas e, é claro, que animais são afetados.

Pássaros e morcegos caindo mortos do céu

Nos casos mais extremos, o calor pode causar mortes em massa. “Isso acontece principalmente em áreas já quentes e secas, onde os animais não suportam muito aquecimento adicional”, disse Andreas Nord, ecologista da Universidade de Lund, na Suécia.

“A Austrália é um ótimo exemplo. Lá, estamos falando de efeitos de proporções bíblicas. Assim, pássaros e raposas voadoras literalmente caem mortos do céu.”

Mesmo que o calor não mate a vida selvagem, ele pode mudar seu comportamento de forma a influenciar o tamanho da população.

Há uma maneira mais insidiosa de morrer, que não deixa corpos, diz Eric Ridell, ecologista da Universidade da Carolina do Norte em Chapell Hill, nos Estados Unidos.

“Talvez porque estejam mais desidratados ou não consigam ser ativos o suficiente porque está muito quente, eles não se reproduzem naquele ano”, disse ele. “Portanto, os animais ainda sobrevivem, mas não estão criando filhotes.”

Um estudo de 2023 descobriu que os besouros-enterradores tinham menos probabilidade de se reproduzir com sucesso quando uma onda de calor ocorria durante o acasalamento.

Adaptação ao calor

Quando os animais mudam a maneira como agem para se resfriarem ou se aquecerem, os cientistas chamam isso de comportamento de regulação térmica. Durante as ondas de calor, isso pode incluir ficar na sombra, entrar na água ou descansar mais.

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