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TECNOLOGIA

Como a IA está ajudando a proteger as girafas na Tanzânia

Tecnologia desenvolvida em parceria com Microsoft reduz tempo de identificação de animais de semanas para minutost

17 de setembro de 2025
3 min. de leitura
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Cientistas implementaram modelos de inteligência artificial para identificar e reidentificar girafas ameaçadas de extinção usando padrões de manchas em seus corpos. Foto: Microsoft AI For Good Lab.

Pesquisadores do Wild Nature Institute conseguiram revolucionar o estudo de girafas na Tanzânia com o uso de inteligência artificial. O projeto GIRAFFE (Identificação Generalizada Baseada em Imagens usando IA para Extração de Características da Fauna), desenvolvido em colaboração com o laboratório AI For Good da Microsoft, reduziu drasticamente o tempo necessário para identificar e reidentificar girafas individuais.

Monica Bond e Derek Lee, cofundadores da organização sem fins lucrativos, explicaram que o processo que anteriormente levava semanas agora pode ser concluído em minutos. “Agora pode ser feito em minutos, e podemos ter o resultado no mesmo dia em que coletamos os dados”, disse Lee em entrevista ao Mongabay.

A tecnologia utiliza algoritmos múltiplos que recortam imagens de girafas, identificam a área do peito para análise de padrões únicos e comparam os padrões extraídos com o banco de dados construído pelo instituto. Cada girafa possui padrões únicos em seu corpo, funcionando como uma “impressão digital” natural.

Importância para a proteção

A identificação precisa de girafas individuais é crucial para entender as áreas importantes para sua sobrevivência, especialmente considerando o declínio populacional das últimas décadas devido à perda de habitat e caça predatória. As girafas masai (Giraffa tippelskirchi) são o animal nacional da Tanzânia.

“As girafas ocupam muito espaço”, explicou Lee. “Se você pode proteger habitat suficiente para ter uma população saudável de girafas, há muitas outras plantas e animais que também se beneficiam dessa mesma proteção.”

Resultados práticos

Os dados coletados têm permitido aos pesquisadores estimar taxas de sobrevivência e reprodução, movimentos e comportamentos dos animais. As informações também revelaram a estrutura social multinível das girafas em diferentes paisagens, identificando áreas específicas onde os animais prosperam ou enfrentam dificuldades.

A equipe realiza seis expedições anuais, acumulando milhões de fotos ao longo dos anos. O método anterior exigia recorte manual das imagens, processo que consumia semanas de trabalho e se tornava cada vez mais lento conforme o banco de dados crescia.

O projeto integra proteção e desenvolvimento comunitário, trabalhando com comunidades locais para garantir a coexistência pacífica entre humanos e animais. “Uma grande parte de nossa missão é ver pessoas e girafas prosperando juntas”, afirmou Lee.

Fonte: Um só Planeta

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