Por Karina Ramos (da Redação)
Um comitê do Conselho da Cidade de Los Angeles (EUA) pôs em votação ontem (2) uma lei que proíbe os veterinários de tirar as unhas dos gatos, classificando esse procedimento como crueldade contra animais.
O Comitê de Segurança Pública do conselho recomendou, por unanimidade, que a advogada da cidade, Carmen Trutanich, redigisse uma lei banindo a prática. A proposta foi feita pelos conselheiros Bill Rosendahl e Paul Koretz, que disseram que tal procedimento causava “dor desnecessária, aflição e incapacidade pemanente de defesa” aos felinos.
“Se alguma pessoa não consegue lidar com as garras de um gato, nem deveria tutelar um, pra começar”, disse Bill, um tutor de gatos que representa as comunidades costeiras de Westchester a Pacific Palisades.
Os gatos têm sido uma importante questão política para Paul, que, por fazer leis em Sacramento, tentou sem sucesso decretar uma lei de proibição da prática nos arredores da cidade em 2003. No ano que se sucedeu, ele conseguiu aprovar uma lei que proibia a remoção de garras de animais exóticos, como leões. Depois de se juntar ao Conselho, em julho, Paul começou a usar as reuniões televisionadas do Conselho para encontrar tutores adotivos de gatos para o sistema de abrigos da cidade.
O conselheiro Tony Cardenas apoiou a iniciativa, mas não tem certeza se o Departamento de Serviços Animais da cidade teria a quantidade suficiente de funcionários para reforçar a lei. Ele também teme que os tutores simplesmente procurem os veterinários nas cidades das redondezas para realizar o procedimento, conhecido como oniquectomia.
“Não quero dar uma falsa esperança”, disse o conselheiro Greig Smith ao grupo de defensores dos felinos e aos empregados ordenados da cidade. “Isso não vai acabar com o problema”.
West Hollywood já baniu a prática e tudo indica que Santa Monica também vai aprovar uma medida similar na próxima semana. Malibu, Beverly Hills e São Francisco também estão considerando fazer a mesma coisa.
Em Los Angeles, a lei antioniquectomia apenas permitiria exceções em casos em que a remoção das unhas fosse uma medida médica necessária, como no caso de uma infecção ou doença recorrente.
Durante a audiência de ontem, funcionários de abrigos de animais confirmaram não ter recursos para cumprir a lei. Essa questão não preocupou Paul Koretz, que disse que acreditava que a maioria dos veterinários de Los Angeles desistiria da prática de remoção de unhas, desde que a proibição se tornasse oficial.
“Será 99% autorreforçante”, disse ele.
Fonte: Los Angeles Times