Na paleteada, um novilho é solto e perseguido por dois homens a cavalo que prensam o animal
Este mês, a Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado aprovou um projeto de lei de autoria do deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), que reconhece a competição “Freio de Ouro” como manifestação cultural.
Na competição, o cavalo da raça crioula é submetido a avaliação racial antes de analisarem seu desempenho em atividades derivadas do trabalho no campo. Uma das provas, conhecida como paleteada, consiste em soltar um novilho que é perseguido por dois homens a cavalo que prensam o animal. Ou seja, ele fica entre as “paletas” dos equinos.
Na competição, os animais mais submissos aos cavaleiros, e que acatam a todos os comandos em tempo considerado hábil, costumam ser os grandes vencedores. Em outra prova, a esbarrada, o ginete acelera o cavalo por 20 metros e o obriga a realizar uma freada brusca.
A prática é realizada há mais de 40 anos em Esteio, no Rio Grande do Sul. O deputado Afonso Hamm argumenta na matéria do projeto de lei que “a competição comprova as habilidades do cavalo e do cavaleiro, reproduzindo nas pistas o trabalho do cotidiano no campo, além de servir como principal indicador de aperfeiçoamento e seleção da raça crioula”.
Na Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE), o senador e relator Lasier Martins (Podemos-RS) emitiu parecer favorável à proposta. “A proposição é meritória, à medida que reconhece como manifestação da cultura nacional a tradicional competição Freio de Ouro, enaltece a cultura gaúcha e celebra uma raça equina tão importante para o Brasil: o cavalo crioulo.”
No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos, há mais de 400 mil cavalos da raça explorados como ferramenta de trabalho, de esporte e montaria. Agora o PL 5644/2019 será analisado no Plenário do Senado.