Por Robson Fernando de Souza (da Redação)
Há algumas semanas, vem sendo veiculado na TV um comercial da frigorífica Friboi, no qual o ator Tony Ramos diz que a carne é “confiável” e “produzida por profissionais treinados”. Curiosamente o comercial começou a ir ao ar depois de dois acontecimentos: uma reportagem do Fantástico sobre matadouros clandestinos e o envolvimento da JBS, empresa dona da marca Friboi, em denúncias de superexploração de mão-de-obra no site Moendo Gente.
Afirma-se na internet que a própria reportagem do Fantástico teria sido uma estratégia para beneficiar frigoríficos com matadouros regularizados que anunciam na Globo, e a JBS/Friboi teria sido diretamente beneficiada pelo combo de reportagem contra matadouros irregulares e comercial da empresa divulgando uma situação de regularidade.
Na propaganda, Tony Ramos mostra imagens de trabalhadores limpos e carnes igualmente “bem tratadas” e fala atestando a “qualidade” e “confiabilidade” das carnes da Friboi.
Porém, como fica óbvio para quem conhece o veganismo, o problema ético da produção e consumo de carne é mais embaixo, vai muito além de simplesmente matadouros serem regulares ou clandestinos e a carne ter “qualidade”. A empresa não tem como desmentir que seus lucros são advindos da exploração e morte de incontáveis animais, que têm seus direitos à vida e à liberdade negados e são tratados como coisas, como meras fontes de matéria-prima. O que importa não é com que condições é promovida a exploração, mas sim a exploração em si. E isso a Friboi não vai ter como rebater.
O veganismo continua sendo a melhor, se não única, solução para que o consumidor não compactue mais com a exploração animal humana e não humana. Não interessa se a carne vem de matadouros legalizados e é cortada por funcionários limpinhos – ela continua vindo de uma escravidão, que eticamente não é aceitável.