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Comando da Polícia investiga exploração de animais silvestres

21 de novembro de 2013
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Foi publicada no Boletim do Comando Geral da Polícia Militar a abertura de sindicância para averiguar a denúncia de “utilização irregular de animais silvestres” em instrução no Regimento de Policiamento Montado – Cavalaria. Trata-se da edição do BCG de n°217, publicada no último dia 19. Ou seja, exploração de animais para o “ensino”.

PM com uma ave morta na cabeça durante treinamento na cavalaria. (Foto: Divulgação)
PM com uma ave morta na cabeça durante treinamento na cavalaria. (Foto: Divulgação)

A Associação dos Cabos e Soldados Militares do Estado do Ceará (ACSMCE) recebeu a denúncia anônima de que animais silvestres seriam explorados em instruções militares. As fotografias datam do primeiro semestre deste ano e foram feitas na sede do Batalhão da Cavalaria da PMCE, em Messejana.

Nas imagens, há registros de uma cobra jiboia solta em sala de aula e até uma ave morta sobre a cabeça de um policial militar – situações que supostamente agridem as leis federais 5.197/67 (de Proteção aos Animais Silvestres) e a Lei n° 9605/98 (sobre os Crimes Ambientais), bem como não se relacionam a um conteúdo previsto legalmente na formação do policial militar.

De acordo com o Comandante da Cavalaria na época do curso de Formação e responsável pelo manuseio dos animais silvestres, Tenente Coronel Ghiorgiony Franklin da Silva, a utilização da cobra em sala de aula visava demonstrar que o animal só ataca se sentir coagido. O objetivo, portanto, visava desmistificar a agressividade da jiboia.

Policiais submetidos a situações constrangedoras com animais silvestres na Cavalaria. (Foto: Divulgação)
Policiais submetidos a situações constrangedoras com animais silvestres na Cavalaria. (Foto: Divulgação)

O paradeiro dela até hoje é indefinido: na versão do então comandante da Cavalaria, a cobra foi solicitada e devolvida ao Zoológico Sargento Prata; o coordenador geral do órgão, Evandro Silva, negou que o animal foi retirado com finalidades militares.

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

O Comando de Policiamento Ambiental, responsável em resgatar qualquer animal silvestre para a Central de Triagem do Ibama, desconhece o envio oficial da cobra rumo à Cavalaria. A denúncia enviada à ACSMCE, por sua vez, afirma que o animal foi assassinado e assado em churrasco.

Ao encaminhar a denúncia para o Comando Geral da Polícia Militar, a associação espera que a investigação militar apure a conduta dos oficiais responsáveis a fim de que os praças sejam qualificados de acordo com suas funções militares, sem violentar a dignidade humana. Além disso, espera que os animais silvestres sejam protegidos, cumprindo-se o que dispõem as referidas leis federais.

Com informações de ACSMCE

Nota da Redação: Apesar da denúncia ser de “utilização irregular de animais silvestres”, nenhuma utilização deve ser considerada como regulamentada. A exploração de animais para fins didáticos está claramente ultrapassada e se trata de mais um forma de exploração do animal. É uma maneira antiética de “ensino” que ignora completamente o estresse que a situação pode acarretar à cobra, os danos físicos ou a possibilidade do animal perder o controle devido aos estímulos contínuos a que é submetido.

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