A Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCC), órgão climático da ONU, disse na sexta-feira (8) que é urgente aumentar as metas climáticas a fim de limitar o aquecimento a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, e que “o progresso ainda é inadequado” com base na melhor ciência disponível. O órgão defendeu o pico das emissões globais até 2025 e a redução das emissões em 43% até 2030 em relação aos níveis de 2019, para reduzir os danos previstos.
No seu relatório de síntese do primeiro balanço global, a UNFCCC afirmou que as emissões globais não estão em linha com os objetivos desejados e que os países precisam urgentemente estabelecer metas mais ambiciosas, a fim de reduzir o impacto global. O relatório técnico da UNFCCC recomendou “aumentar a energia renovável” e “eliminar gradualmente todos os combustíveis fósseis”, dizendo que estas medidas são “elementos indispensáveis” de transições energéticas justas para emissões líquidas zero.
O relatório foi concebido no âmbito do Acordo de Paris para avaliar a resposta global à crise climática e traçar um melhor caminho a seguir. Realiza-se de cinco em cinco anos e destina-se a informar a próxima ronda de contribuições determinadas a nível nacional – ações climáticas – a apresentar em 2025.
O relatório estabelece uma base científica e técnica sólida para a conclusão do primeiro balanço global no Dubai, na 28ª sessão da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, de 30 de novembro a 12 de dezembro.
As mensagens do relatório, que compreende 17 conclusões principais, assumem importância tendo em conta as pegadas globais de carbono dos países do G20, responsáveis por 80% das emissões de GEE e 85% do PIB mundial.
O chefe da ONU também disse que liderança significa cumprir os compromissos com os países em desenvolvimento por parte do mundo desenvolvido, incluindo o cumprimento da meta de US$ 100 bilhões, duplicando o financiamento da adaptação, reabastecendo o Fundo Verde para o Clima e operacionalizando o fundo para perdas e danos criado no última COP.
Os atuais compromissos coletivos de todas as nações ainda mantêm a trajetória de aumento da temperatura de 2,4ºC a 2,6ºC, com a possibilidade de atingir 1,7ºC a 2,1ºC, quando se leva em conta o implementação total das metas líquidas zero de longo prazo.
“Este relatório de balanço global fornece uma orientação clara sobre como podemos satisfazer as expectativas do Acordo de Paris, tomando medidas decisivas nesta década crítica”, disse o presidente designado da COP28, Sultão Al Jaber.
Fonte: Um Só Planeta