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DESTRUIÇÃO

Com mais de 848 mil hectares queimados, animais do Pantanal são monitorados por grupo técnico

26 de julho de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Governo de MS/Reprodução

Para ter controle e garantir a sobrevivência da fauna, os voluntários do Grupo Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), em Mato Grosso do Sul, estão fazendo ações de proteção dos animais em locais de risco e o aporte nutricional em diferentes áreas afetadas.

Conforme os dados em tempo real do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA), os incêndios atingiram 848.900 mil hectares no bioma.

A fuga dos animais para áreas seguras é monitorada pelas equipes, também a progressão do fogo e a criação de rotas de saída. De acordo com a Gretap, o trabalho é potencializado com o uso de aceiros, que são faixas sem vegetação, criados de forma preventiva para confinar e isolar incêndios.

Além disso, os locais atingidos pelas chamas são usados para criar uma base nutricional.

“O fogo consome toda a biomassa que existem ali e aí os animais acabam ficando com a alimentação prejudicada. Então o Gretap faz esse aporte nutricional básico para que esses animais possam continuar se alimentando até que essas áreas se regenerem e toda a dinâmica do ecossistema retorne”, explica o grupo.

Porém, os voluntários ressaltam que o aporte nutricional é diferente da ceva de fauna silvestre, que é crime ambiental no Brasil, devido práticas abusivas contra os animais.

“O Gretap é o único grupo oficial, criado por decreto, do Governo do Estado e também de terceiro setor, que aplica essas técnicas e faz este trabalho de alimentação”, afirmou a organização.

Após a realização do aporte, os animais são monitorados pelo grupo. Em uma das ações, foram observados cervos pantaneiros, aves e roedores se alimentando.

Pantanal

Nas últimas 48h, o Pantanal de Mato Grosso do Sul registrou 58 focos de fogo e 645.575 mil hectares queimados.

As queimadas no Pantanal em 2024 superaram o ano recorde de queimadas no bioma, segundo a série histórica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2020, de janeiro a julho, foram destruídos 395.075 hectares. Se comparados os dois períodos, o aumento em 2024 é de 103%.

O fogo é esperado anualmente no Pantanal, entre o fim de julho e o mês de agosto. Entretanto, os eventos climáticos extremos, seca severa e a ação humana fizeram com que a temporada das chamas fosse antecipada neste ano, começando ainda em junho.

Na região da Nhecolândia, um caminhão atolou em uma estrada de areia e provocou um grande incêndio. Conforme as informações repassadas pelo Corpo de Bombeiros, o motorista do caminhão forçou o motor do veículo, que entrou em combustão e logo pegou fogo nessa terça-feira (23). As chamas saíram do controle e se espalharam pela vegetação seca.

Nessa quinta-feira (25), bombeiros e brigadistas estão atuando de forma concentrada para conter as chamas provocadas pelo incidente com o veículo de carga.

Diante da dificuldade de acesso ao local, o combate efetivo ao incêndio só começou nesta quinta, com cinco equipes por terra e aeronaves com capacidade de lançar água sobre o fogo.

“Esse vai ser o grande combate que nós vamos a partir de hoje tocar. Tivemos na semana passada uma semana um pouco tranquila devido àquela chuva e baixa temperatura, mas esta semana os combates estão sendo bastante intensos. Vai ser o foco atual do trabalho, porque a região é muito sensível, tem muitas fazendas e também pelo fato de estar próximo do Parque Estadual do Rio Negro”, disse Rampazo.

Fonte: G1

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