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IMBRÓGLIO JUDICIAL

Com futuro incerto, ativistas lutam para transferir elefanta Baby para santuário após fechamento de zoo

15 de outubro de 2024
3 min. de leitura
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Foto: Redes sociais, Divulgação

O futuro da elefanta Baby é incerto após o anúncio de fechamento do espaço dedicado aos animais no Parque Beto Carrero, em Penha. Ela seria transferida para um zoológico em São Paulo, mas uma ONG gaúcha conseguiu na Justiça a suspenção da mudança de endereço. Segundo a Princípio Animal, enviar a elefanta para outro zoo violaria o interesse primário do bem-estar animal.

Mas então o que fazer com Baby, de origem asiática e com 32 anos de idade? A ONG diz no pedido de liminar à Justiça que o Santuário de Elefantes Brasil, no Mato Grosso, tem condições de receber o animal e oferecer um ambiente mais próximo ao seu habitat. O espaço, aliás, abriga atualmente pelo menos outros cinco elefantes cativos da América do Sul.

No despacho, emitido na última sexta-feira (11), a juíza Elaine Veloso Marraschi determina que o Beto Carrero suspenda o envio de Baby para São Paulo e dá 15 dias para que a Princípio Animal apresente os documentos comprovando a existência de vaga no santuário, bem como informe quais os cuidados que serão prestados ao animal durante o traslado e se o local tem estrutura para acomodar a elefanta.

A 2ª Vara da Comarca de Penha também concedeu a guarda de Baby à ONG. “A decisão é um marco na construção dos direitos animais. A exibição de animais como forma de “lazer” é prática arcaica, que fere os princípios de dignidade animal”, diz a Princípio Animal em publicação nas redes sociais em que comemorou a posição da juíza.

Diretor da ONG, Fernando Schell Pereira comenta que a equipe está em contato com o Santuário dos Elefantes e deve juntar os documentos técnicos para comprovar “toda experiencia e logística adequada ao manejo necessário para assegurar o bem-estar” do animal, que é o único da espécie no parque, complementou ainda o profissional.

“A sociedade já consegue perceber o sofrimento desses animais explorados para entretenimento. Com a conscientização de que o lugar desses animais não é em jaulas como exemplares, mas em seu habitat de origem, onde nunca deveriam ter sido retirados”, opina Fernando.

O Beto Carrero afirmou que “não recebeu qualquer citação. Tão logo estiver ciente tomará as providências que entender cabíveis”.

O parque anunciou o fechamento do zoo em em junho, após 32 anos com o espaço aberto ao público (veja fotos abaixo). Na época, segundo comunicado, a decisão levou em conta o bem-estar dos animais. “Serão levados para locais onde possam caminhar com mais tranquilidade, onde possam reproduzir, e onde encontrem pessoas que, como nós, tenham essa paixão”, disse a bióloga Kátia Cassaro.

Um mês depois do fim das atividades do zoo no Beto Carrero, Ministério Público de Santa Catarina instaurou um procedimento preliminar para apurar qual o destino dos animais. Isso porque a atração foi encerrada sem que parque informasse publicamente para onde cada um seria levado. No despacho da juíza Marraschi consta que 260 animais já foram transferidos e outros 70 aguardam um lar.

Nessa segunda-feira (14), a promotoria disse ter recebido do parque as informações solicitadas. “O procedimento está em andamento, sendo necessário aguardar os devidos direcionamentos”, frisou por meio de nota à imprensa sem repassar mais detalhes do caso.

Fonte: NSCTotal

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