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Com aumento de abandono, Santos (SP) tem quase 700 animais à espera de um lar

24 de julho de 2015
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Codevida também mantém página com informações atualizadas sobre os animais abandonados
Codevida também mantém página com informações atualizadas sobre os animais abandonados

Em sete cidades da Baixada Santista há quase 700 animais, entre cães e gatos, que estão abrigados em canis municipais à procura de um novo lar. O número é reflexo do abandono diário de animais domésticos em vias públicas da região.
Apesar de existir uma lei federal, que prevê detenção de três meses a um ano e multa a quem maltratar animais, anualmente, milhares de cães e gatos são encontrados abandonados nas ruas, muitas vezes, sem as mínimas condições de saúde. Sem falar daqueles que são vítimas de crueldade.
Conforme levantamento realizado por A Tribuna On-Line, muitas cidades da Baixada Santista possuem um Centro de Zoonoses, mas não detêm um balanço de quantos cães e gatos são abandonados, anualmente, nas ruas.
Esse é o caso de Cubatão, que não soube informar com exatidão quantos animais domésticos encontram-se nesta situação, mas estima que cerca de 500 animais, na maioria cães, vivam nas ruas do Município sem os cuidados mínimos.
Conforme a médica veterinária, chefe do Serviço de Controle de Zoonoses da Prefeitura de Cubatão, Mônica Arruda Botelho, a falta de alimentação não é, todavia, o problema mais frequente dos animais abandonados. “Eles normalmente encontram quem os alimente, informalmente”.
Ainda de acordo com a veterinária, não é possível afirmar que os animais doentes ou com mais idade sejam os mais frequentemente abandonados. Isso porque há cães abandonados em diversas situações, como cadelas prenhas, mães com filhotes.
“Calcula-se que haja ainda os que perderam o tutor por ter falecido e aqueles cujos tutores vivem em moradias térreas, em núcleos habitacionais, e foram transferidos para apartamentos, deixando-os nos antigos locais. Cotas, Pilões e Água Fria são os bairros com maior número de abandono”, comenta.
Em Guarujá, o número de cães e gatos abandonados também é alarmante. Conforme informações da Prefeitura, anualmente, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) recolhe anualmente uma média de 1.900 cães e 1.500 gatos, abandonados na porta do órgão ou nas ruas. Conforme a Administração Municipal, o índice de cães é maior na maioria das vezes e, em muitos dos casos, são filhotes (ninhada inteira), animais idosos e doentes, onde as pessoas não querem se responsabilizar pelo tratamento.
Além do abandono, a Secretaria de Saúde também recebe, por meio da Ouvidoria, muitas reclamações de maus-tratos, diariamente. No Canil Municipal há atualmente 100 cães e 27 gatos esperando um novo lar.
Realidade é a mesma em outras cidades
O cenário também não é nada animador em São Vicente, onde somente este já foram resgatados das ruas 270 animais domésticos. Hoje, o Núcleo de Controle de Zoonoses (NCZ) do Município conta com 56 cães, entre adultos e filhotes e 18 gatos para adoção. Conforme o Administração Municipal, cerca de seis animais são abandonados todos os dias pelo núcleo, sendo que apenas dois destes são adotados.
Essa é a mesma realidade de Santos, que concentra hoje 220 animais na Coordenadoria de Proteção à Vida Animal (Codevida). No Município, a Codevida registra, mensalmente, o abandono de cerca de 12 animais, mas nos meses de férias, como julho, dezembro e janeiro, esse número chega a dobrar. Isso porque muitas pessoas vão viajar e abandonam os animais nas ruas e estradas. Além disso, o órgão também já detectou que pessoas de cidades vizinhas acabam abandonando os animais no Município.
“Há uma total falta de compromisso. O abandono existe porque a legislação é falha. Não há nenhuma fiscalização. O abandono não é uma questão municipal, é uma questão social. Todos precisam estar envolvidos. O órgão público não pode ficar responsável pelo abandono de tantos cães e gatos nas ruas”, lamenta a coordenadora da Codevida, Leila Abreu.
Para Leila Abreu, a castração, hoje, é a única arma contra o abandono. “A única forma de coibir o abandono é através do controle populacional de animais. Não existe outra forma. Por isso, recomendamos a partir dos quatro meses que cães e gatos sejam castrados. A medida evita uma série de doenças e crias indesejadas”.
A Tribuna On-Line consultou ainda as prefeituras de Bertioga, Mongaguá e Praia Grande. Em nenhuma delas há um controle de quantos animais domésticos são abandonados em vias públicas, diariamente. No entanto, as prefeituras divulgaram que em todas as cidades há animais precisando de um novo abrigo.
Em Bertioga, já foram adotados, somente este ano, mais de 120 cães e gatos. Hoje há seis gatos e sete cães em busca de um novo lar. Já em Mongaguá há outros 14 bichinhos de estimação disponíveis para adoção. Em Praia Grande, o canil concentra mais de 100 bichinhos abandonados.
Itanhaém não dispõe no momento de animais para adoção, segundo dados da Prefeitura. Já Peruíbe não enviou os dados solicitados pela Reportagem.
Fonte: A Tribuna

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