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Com aquecimento global, demanda por resfriamento pode triplicar até 2050, diz ONU

Mutirão Contra Calor Extremo busca alternativas de resfriamento que sejam menos poluentes. Demanda pode sobrecarregar redes elétricas

16 de novembro de 2025
Cristiane Prizibisczki
2 min. de leitura
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Foto: Aaaatu/Wikipédia

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) lançou nesta terça-feira (11/11) a edição 2025 do relatório Global Cooling Watch, a avaliação mais abrangente até o momento da crescente necessidade global por refrigeração. Segundo o documento, a demanda por resfriamento deve triplicar até 2050, o que pode contribuir para intensificar a mudança climática e causar sobrecarga das redes elétricas.

Segundo o documento, as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao resfriamento podem duplicar até 2050 com este aumento de demanda, chegando a 7,2 bilhões de toneladas de CO2e até 2050. Serão mais ar condicionados e outros sistemas de refrigeração ligados.

Por isso, o documento propõe um Caminho para o Resfriamento Sustentável, de forma reduzir 64% das emissões de resfriamento até 2050, proteger 3 bilhões de pessoas do aumento do calor e economizar até US$ 43 trilhões em eletricidade e custos de infraestrutura.

Este caminho combina estratégias de resfriamento passivo, resfriamento híbrido e de baixo consumo de energia, que une ventiladores e condicionadores de ar, adoção rápida de equipamentos de alta eficiência e redução acelerada de refrigeradores ambientalmente sustentáveis.

Se adotado, o Caminho poderia economizar US$ 17 trilhões em custos cumulativos de energia até 2050 e evitar até US$ 26 trilhões em investimentos na rede por meio da redução da demanda de eletricidade.

Pensar em alternativas para o problema é essencial, diz Inger Andersen, diretora-executiva do PNUMA. “À medida que as ondas de calor mortais se tornam mais regulares e extremas, o acesso ao resfriamento deve ser tratado como infraestrutura essencial, juntamente com água, energia e saneamento”, diz.

Segundo o PNUMA, tais medidas sustentam a implementação do Mutirão Global Contra o Calor Extremo / Beat the Heat – um esforço coletivo liderado pela presidência da COP30 no Brasil e pela Cool Coalition do PNUMA – para situar o Compromisso Global pelo Resfriamento e preencher lacunas na política, financiamento e entrega de resiliência ao calor e resfriamento urbano.

Hoje, mais de 185 cidades, do Rio de Janeiro a Jacarta e Nairóbi, aderiram ao Mutirão – ao lado dos 72 signatários do Compromisso Global pelo Resfriamento.

Segundo a última atualização do relatório ‘Estado do Clima’, da Organização Meteorológica Mundial, feita no dia 6 de novembro, os últimos 11 anos (2015 – 2025) são os mais quentes já registrados, com cada ano superando os recordes de temperatura anteriores. A temperatura média global para o período de janeiro a agosto de 2025 foi de 1,42 °C ‡ 0,12 °C acima dos níveis pré-industriais, o que evidencia a aceleração das mudanças climáticas.

Fonte: O Eco

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