Um grupo de israelenses mascarados torturou e matou ovelhas em uma propriedade rural palestina nas colinas de Hebron, na Cisjordânia ocupada por Israel na segunda-feira (27/10).
Um vídeo das câmeras de segurança mostra o momento em que israelenses supremacistas invadem a fazenda de Mahmoud Drameen, destroem seu carro e atacam violentamente o rebanho. Pelo menos dez ovelhas foram mortas ou ficaram gravemente feridas, algumas com os olhos arrancados.
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O agricultor apresentou queixa à polícia israelense na quarta-feira (29/10), mas, até o momento, nenhum dos agressores foi identificado ou preso.
Desde o início da escalada de violência na Palestina, colonos israelenses, amparados pela impunidade estatal e pela expansão de assentamentos ilegais, têm multiplicado ataques contra os palestinos e seus animais. A matança de rebanhos, plantações e recursos naturais tem se tornado parte de uma estratégia de limpeza étnica e ambiental, forçando famílias inteiras, incluindo os animais, a abandonarem suas terras.
O caso mostra o impacto devastador desse processo sobre os animais, muitas vezes esquecidos nas narrativas de guerra. A ocupação territorial e o genocídio em curso também configuram um ecocídio, destruindo habitats, interrompendo ciclos de vida e extinguindo espécies que habitavam a região há séculos. Os animais sofrem as mesmas consequências da violência estrutural, como a fome, deslocamento forçado, mutilação e morte.
Esse padrão de violência, segundo defensores de direitos humanos e ambientais, tem caráter duplo: busca aterrorizar famílias e destruir ecossistemas locais, impondo o deslocamento forçado de pessoas e a morte lenta de animais dependentes de terras e pastagens confiscadas.