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UMA CHANCE

Colapso da calota de gelo da Antártica ainda pode ser evitado, dizem cientistas

Pesquisadores observaram desde o início dos anos 1990 uma aceleração do degelo na região devido às mudanças climáticas

21 de janeiro de 2023
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Foto: Ilustração | Freepik

O colapso da calota polar na parte ocidental da Antártica, que poderia causar um aumento catastrófico do nível do mar, não é “inevitável”, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira na revista Nature Communications.

Os cientistas observaram desde o início dos anos 1990 uma aceleração do degelo nesta área da Antártica devido às mudanças climáticas. O temor é que esse fenômeno chegue a um ponto irreversível, além da evolução do clima.

Com base em dados de satélite e terrestre, a taxa e a extensão do fenômeno ao longo da costa oeste da Antártica, particularmente na instável geleira Thwaites (ao largo do mar de Amundsen), variam dependendo dos diferentes microclimas locais.

“O colapso da calota glacial não é inevitável”, garantiu Eric Steig, professor da universidade de Washington em Seattle.

“Depende de como o clima mudará nas próximas décadas, uma mudança que podemos influenciar positivamente reduzindo as emissões de gases de efeito estufa”, acrescentou.

Nessas regiões o vento costuma soprar do oeste, o que traz águas mais quentes e salgadas, favorecendo o degelo. Contudo, a intensidade desses ventos foi mais fraca no mar de Amundsen durante o período de observação, em comparação com a situação no mar de Bellingshausen.

Tanto a região polar antártica quanto a ártica registraram um aumento de sua temperatura média em 3ºC em relação aos níveis do final do século XIX, o que representa quase o triplo da média mundial. Os cientistas temem que as geleiras de Twhaites e de Pine Island já estejam nesse “ponto sem volta”.

“Acho que temos que viver e fazer nosso planejamento costeiro sob a suposição de que a calota de gelo da Antártica Ocidental é instável e vamos experimentar um aumento de 3,5 metros no nível do mar”, disse Anders Levermann, climatologista do Instituto Potsdam, na Alemanha.

O especialista elogiou o estudo, realizado a partir de diversas fontes, embora o período analisado seja apenas “um piscar de olhos em termos glaciais”.

Fonte: O Globo

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