Por Camila Arvoredo (da Redação)
“Coelhos são gentis, brincalhões e sociáveis”, diz Ingrid E. Newkirk, fundadora do PETA. “No seu habitat natural, eles pastam livremente durante a noite e gastam o dia no subsolo, rodeados por outros coelhos. Seus sentidos estão apurados para o perigo, conseguindo perceber os movimentos mais delicados. Quando sob ameaça, coelhos batem suas pernas traseiras para avisar os outros e então se precipitam para suas tocas”, complementa a fundadora.
“Não há escapatória para o coelho que está trancado em uma apertada gaiola de laboratório. Não importa quão desesperado ele assinale perigo, ninguém vem em sua ajuda. Ao contrário de sua toca segura e da companhia de seus próximos, ele estará confinado para o resto de sua vida numa gaiola localizada numa sala apertada, sem nenhum contato com outros – exceto pelos funcionários do laboratório e pelos vivissecadores que conduzirão terríveis testes em seu corpo”, diz a militante.
Segundo a PETA, coelhos que foram abusados em testes biológicos, realizados para a fabricação de chás, foram forçados a comer comida rica em gorduras e colesterol até que eles sofressem de índices extremamente altos da substância, ocasionando danos severos em suas artérias. Em seguida, eles receberam doses de chá-verde para ver se a bebida teria algum efeito benéfico em sua saúde – mesmo sabendo que milhões de pessoas bebem esse chá todo dia e que outros estudos chegaram a conclusões parecidas. No final da pesquisa, os coelhos foram todos decapitados por funcionários.
“Não há nenhuma justificativa possível para infligir dor, medo e morte nesses pacíficos animais. A experimentação em animais é cruel e deve cessar – e nós precisamos de ajuda para assegurar que isso aconteça.”, diz a ativista.
A organização relata que três milhões e meio de animais – de coelhos e macacos a cachorros e gatos – foram vítimas da violência e mortos pela indústria da vivissecção no último ano na Inglaterra.
Algumas vitórias que salvaram milhões de animais foram conseguidas. Seguindo as pesquisas subsidiadas pela organização, testes que visam queimar a pele dos coelhos com produtos químicos estão sendo substituídos por testes in vitro. Além disso, em resposta à pressão da organização e de seus afiliados, os legisladores europeus avançaram alguns passos na extinção de testes de toxicidade em duplicata em milhões de ratos. Mais de 1000 empresas, como “Ocean Spray” e “Welch’s” baniram testes em animais, graças ao impressionante trabalho dos afiliados do PETA, espalhados pelo mundo.
Newkirk complementa que o boicote sobre grandes empresas, que fazem testes em animais, como “PG Tip´s”, “Lyons” e a “Lipton” pode gerar pressão e estimulá-las a parar de fazer testes em animais. Ações provindas do consumidor têm influenciado companhias ao redor de todo mundo, impedindo o abuso de animais.