Além das suas funções já conhecidas, as redes sociais têm ajudado na identificação de animais em perigo. Recentemente, um coelho-listrado-de-sumatra, espécie conhecida por ser o coelho mais raro do mundo, foi identificado ao ser anunciado por uma pessoa no Facebook, que tinha a intenção de vendê-lo.
Dedicada à conservação de espécies selvagens, a organização não governamental Fauna & Flora International (FFI) se uniu ao Parque Nacional de Kerinci Seblat, na Indonésia, para resgatar o coelho e posteriormente devolvê-lo ao seu habitat. Após examinar o animal, os especialistas acreditam que o coelho tenha sido capturado por um fazendeiro local na beira do parque nacional após uma inundação; ele apresentava um pequeno machucado na parte lateral do corpo.
“O resgate bem-sucedido do coelho-listrado-de-sumatra foi um verdadeiro esforço de equipe e é uma prova da ampla rede de apoio que opera ao redor do parque — on-line e off-line”, diz Deborah Martyr, da FFI, em comunicado. “Uma vez que o fazendeiro que pegou esse coelho entendeu sua raridade, ficou feliz em vê-lo de volta ao parque nacional”, completa ela.
As informações sobre a espécie são escassas, mas os biólogos observaram a preferência do coelho por florestas submontanas e cobertas por musgo. “Embora Kerinci Seblat seja mundialmente famoso por sua biodiversidade, são os animais carismáticos maiores, como tigres, elefantes e calaus-de-capacete que geralmente fazem as manchetes”, afirma o diretor do Parque Nacional, Tamen Sitorus. “Muitas vezes as pessoas esquecem que este parque também protege espécies raras como o coelho-listrado-de-sumatra e seu habitat.”
Os cientistas acreditam que o Parque Nacional Kerinci Seblat seja um dos últimos refúgios para manter a sobrevivência da espécie, que sofre diante da perda e fragmentação de seu habitat. Por não ser facilmente encontrado e ter hábitos predominantemente noturnos, o mamífero não é uma vítima frequente de caça ou comércio ilegal de animais. Mas isso não o impede de ser pego em armadilhas direcionadas a outras espécies.
Os guardas florestais do parque também se surpreenderam com o achado. O guarda comunitário Herizal, que ajudou a soltar o animal resgatado, nunca tinha visto um coelho do tipo em oito anos de patrulha no parque. “É sempre bom libertar animais de volta à natureza — e isso foi muito menos estressante do que libertar um tigre”, brinca ele. “Nós o soltamos, ele olhou em volta e então começou a comer folhas. Parecia muito relaxado.”