Uma cobra píton albina, espécie que não pertence à fauna brasileira, foi submetida a maus-tratos ao ser colocada em uma piscina e manuseada por várias pessoas durante uma festa em Aparecida de Goiânia, em Goiás. Vítima do tráfico, o animal foi retirado de seu habitat para ser criado em cativeiro e, após o resgate, foi levado para um zoológico, tendo sido condenado a viver aprisionado por não ter mais condições de retornar à natureza.
Por se tratar de uma espécie exótica, a soltura em solo brasileiro não pode ser feita, já que isso poderia causar um desequilíbrio ambiental.
Indiciado na segunda-feira (5), o tutor da cobra responderá judicialmente pelos crimes de maus-tratos e tráfico. “O vídeo mostra o autor em um momento de festa na piscina em sua casa com muitos amigos manuseando e causando um estresse nessa cobra. O cloro também causa irritações. Tudo isso caracteriza maus-tratos”, disse ao G1 o delegado Luziano Carvalho.
Ao ser questionado pelas autoridades, o homem teria afirmado que a cobra era tutelada por um amigo e que ele havia deixado o animal em sua casa. Essa hipótese, porém, não foi confirmada pelas autoridades. “Não tem amigo. Ele não soube indicar quem era essa pessoa”, explicou Carvalho.
Multado em R$ 3,5 mil pelo Ibama, o homem também poderá ser condenado a 2 de detenção. A Justiça também poderá determinar o pagamento de multa de quase R$ 400 mil.
Após ser resgatada, a cobra foi levada ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) e recebeu atendimento veterinário ofertado por biólogos da instituição. O resgate só foi possível graças a uma denúncia de uma testemunha.