Um grupo de organizações em defesa dos direitos animais está pedindo a cientistas de todo o mundo que não explorem animais em pesquisas sobre a Covid-19. A coalizão é formada por ativistas do Reino Unido, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos. O grupo pede que os novos estudos sejam focados na fisiologia e anatomia humanas e sejam empregados métodos substitutivos à testes em animais, como softwares, culturas de células e engenharia de tecidos e microfluídica de órgão em um chip.
O especialista em primatas Bob Ingersoll, conhecido pela sua participação no documentário Projeto Nim, afirma que testes em animais já se mostraram ineficazes. “O uso de primatas não humanos, camundongos e qualquer animal para encontrar uma cura para vírus, como o coronavírus, que não será o último que vemos, não é apenas antiético, mas produz resultados muito imprecisos e simplesmente leva muito tempo”, sublinha o cientista.
Quatro pacientes em um hospital de Seattle, nos Estados Unidos, foram injetados com mRNA-1273, a primeira vacina desenvolvida para interromper a propagação da Covid-19. Em um esforço para economizar tempo, a vacina foi desenvolvida sem testes em animais pela empresa de biotecnologia Moderna Theraputics. A coalizão diz que, embora existam alternativas melhores, o surto da Covid-19 gerou milhões de dólares em financiamento de pesquisas.
A porta-voz da Animal Justice Party, Claire Palmer, salienta que animais são sempre as maiores vítimas em todas as questões envolvendo seres humanos. “As doenças humanas geralmente são sentenças de morte para centenas de milhares de macacos, ratos, cães, ratos e outros animais em laboratórios. Mas, em meio a essa terrível pandemia de Covid-19, alguns pesquisadores agora não estão aguardando resultados com base em testes em animais cruéis e imprecisos e estão avançando em pesquisas relevantes para humanos”, diz a ativista.
E completa: “Queremos que eles saibam que seus esforços não passaram despercebidos. Devemos incentivar uma mudança de paradigma para salvar vidas, tanto humanos como animais não humanos. Este poderia ser o começo do fim de uma indústria de crueldade que condena os animais a vidas curtas e brutais de sofrimento e resultados questionáveis para os seres humanos”, conclui Palmer.
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