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Clube dos Vira-Latas atende 500 cães vítimas do abandono

28 de setembro de 2011
3 min. de leitura
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Imagem: Divulgação

Sem fins lucrativos, a organização não governamental Clube dos Vira-Latas é responsável pela castração, cuidados médicos e proteção de 500 cães em canil, que funciona sem intervalos em Ribeirão Pires, SP.

O endereço da entidade não pôde ser divulgado por causa da atitude de pessoas que abandonam seus próprios animais no abrigo. Apenas na semana passada, a ONG recebeu 38 filhotes.

A chácara onde funciona o espaço foi doada pela fundadora e ex-presidente Cida Lellis, que faleceu em dezembro. O trabalho deixado pela presidente é enaltecido até hoje pelos 10 funcionários, sendo oito tratadores e dois veterinários, que são registrados. “Nem todos os voluntários têm comprometimento”, disse a atual presidente, Cláudia Demarchi.

A função principal do Clube dos Vira-Latas, criado há 11 anos, é de receber os animais feridos, castrar, vacinar e doar. Feiras de doações são realizadas periodicamente para conseguir lares para os animais. Em média, dez são doados por evento. Quem se interessar por algum deles deve assinar termo de adoção, que inclui quesitos de responsabilidade. Se houver desistência, a entidade aceita o animal de volta.

Mesmo assim, a demanda só tem crescido. No ano passado, cerca de 500 animais foram doados, mas o dobro chegou precisando de cuidados. Por mês, são consumidas sete toneladas de ração e três de jornais, utilizados dentro dos canis e um dos itens mais pedidos para doação. “Para nós, jornal é de ouro”, comentou Cláudia.

O canil é equipado com clínica veterinária, centro cirúrgico, enfermaria e ala de banho e tosa. São mais de 100 canis, sendo 18 unitários, destinado aos cães menores. Doações de jornais, vassouras, sacos de lixo e produtos de limpeza estão entre as principais necessidades, além de colaborações financeiras. Hoje, a despesa mensal da entidade chega a R$ 50 mil, incluindo salário dos profissionais. A renda é garantida por meio de venda de produtos para animais, como camisetas e chinelos, e padrinhos da entidade.

Violência

Muitos dos cães que chegam ao abrigo estão debilitados, mutilados e até estuprados. A presidente revelou que é frequente os casos de cachorros que são violentados por seres humanos. “São atrocidades aos montes. Infelizmente, nem lei temos para punir esses agressores. Os cães chegam assustados. Só querem comida, água e carinho. Eles precisam ter respeito. Nossa recompensa é saber que somos o porto seguro de todos eles.”

Entidade doou 6.500 animais desde a fundação

Depois de castrados, medicados e vacinados, o trabalho dos profissionais é focado na busca de donos para os cães, que, segundo a presidente, “nunca chegam redondinhos.” Desde 2000, já foram doados 6.500 animais. “É um trabalho de formiguinha”, disse a presidente.

A ONG luta desde o início de sua história por campanhas que favoreçam a castração dos animais, que ajudam inclusive a prevenir seres humanos contra doenças. “Um casal, em dez anos, pode gerar dez mil cachorros nas ruas. A procriação é muito rápida. E cerca de 70% são fêmeas. O controle de natalidade é muito importante, senão teremos mais animais do que pessoas nas ruas. Existe omissão do poder público. Estamos muito longe do ideal”, avaliou.

A página da ONG na rede social Facebook já atingiu 260 mil seguidores. O canal é fundamental para divulgação da entidade e do trabalho realizado.

Fonte: Diário do Grande ABC

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