O PETA uma vez fez um site cujo link insinuava uma temática sexual. Lá onde divulgamos o site, a horda de pessoas mal informadas, bem antes de abrir a página, já começou a tecer toda a sorte de críticas ao PETA, chamando de machista, etc. Ou seja, o preconceito está na cabeça de quem vê, sem ler, sem se informar.
O site estava assim: www.peta.xxx.
Eram receitas veganas com alguma pitada de humor. Foi o maior sucesso e foi formulado justamente para impactar e acabar com este preconceito idiota contra a comida e contra o sexo. Que gente mais puritana! Hoje o mesmo site tem uma outra surpresa, e continua lá.
No geral, as pessoas não podem ver uma vagina – ou buceta – e já se escandalizam. Acham que tudo é machismo, veem em tudo sexualidade. No Brasil, tudo é bunda. E as mulheres sempre são vistas do ponto de vista sexual. Seios e nu feminino, tudo bem. Até as mulheres aceitam, porque são machistas.
As campanhas do PETA com alguma nudez, ou semi, aqui não dão certo pois os homens foram educados – por quem, mesmo? – para ver nas mulheres esse lado sexual, mas é preciso chocar um pouco e quebrar tabus. É preciso associar, sim senhoras, com educação, e não com cerveja.
O PETA – http://www.peta.org/international/ – é uma organização conhecida por realizar ações bastante diversificadas em um mundo em que é melhor fazer do que apenas ficar criticando. E eles fazem muito. Mas é preciso fazer ainda muito mais. Só que é mais fácil um babaca, zé-ninguém, entrar no W. Zap / Face e ficar enchendo o saco, já que ele nada faz por ninguém.
O site aquele do PETA não tinha imagens de sexo, apenas o título chamava a atenção, justamente para tirar uma onda com aquele que está acostumado a nada ler e a tudo julgar. Mas francamente, e se tivesse um apelo sexual? Para quê tanto puritanismo? As pessoas estão acostumadas com propagandas machistas durante vinte e quatro horas de seus dias e consideram natural. O próprio ato de comer carne é associado a uma cultura machista.
E mais uma pergunta: só por que é sexo, necessariamente precisa ser machista? Claro que não.
Eu nunca escrevo sobre sexo, porque acho um saco esse assunto. Só por isso. Acho infantil falar disso. Considero enfadonho ler sobre sexo e é raro um escritor escrever bem sobre isso. Do que tenho lido, um ou outro em minha vida soube dar um pitada picante de erotismo em seus textos. O resto não me atrai. Acho que lerei Glauco Mattoso, mas ele é ‘podre’ demais e a maioria piraria com seus textos, eu não.
Você tem tanto medo assim que algo esteja associado com putaria? Somos educadas a sempre baixar a bola, a baixar a saia, a nos portar como mulheres sérias, pois isso nos tira a oportunidade de casar, de ter bom emprego. Isso se aplica a grandes temas. Tudo o que tem a palavra sexo fica manchado. Porém, é foda ter sempre que fazer pose de séria no momento errado, não poder rir, ter sempre que ser essa coisa que muitas vezes esperam de nós. Por um lado bonequinhas, por outro, sérias demais.
Não tenho medo de velho babão, nem de mulherzinha invejosa. Sou absolutamente contra a pornografia e contra a prostituição. Porém, não sou contra alusão ao sexo em campanhas. Acho mesmo que o país precisa de gente que arrisque colocar mais lenha na fogueira. Por que aqui tem muito moralismo, e as pessoas adoram moralizar e depois ir fazer tudo às escondidas.
Em qualquer lugar, homens e mulheres devem, sim, poder fazer algo mais descontraído nos manifestos, nas palavras, no Português menos ortográfico, com menos termos ginecológicos. Deve-se usar de todas as formas para cativar as pessoas.
E se você se considera adulto para ter consciência dos prazeres da carne, também poderia ter noção das dores que provoca nos animais ao usá-los como objetos de seu egoísmo. Portanto, bem-vindo ao clube dos curiosos.