O Conselho Islâmico de “sábios” da Indonésia emitiu, pela primeira vez, uma “Fatwa” (decreto religioso) que proíbe a caça e o comércio ilegal de animais selvagens em extinção no país, noticiou hoje a revista `Wildlife News`.
Citando o secretário da comissão do conselho de “Fatwas”, Asrorun Ni`am Sholeh, a publicação refere que a norma considera “haram” (proibidas) todas as atividades que resultem em extinção da vida selvagem sem motivos religiosos justificáveis ou disposições legais.
“Quem tira a vida mata uma geração. Isso não se restringe aos seres humanos, mas inclui outros seres vivos de Deus, especialmente se eles morrem em vão”, disse Asrorun Ni`am Sholeh, que leu um documento emitido pelo órgão após meses de discussão entre o Conselho Islâmico, vários ministérios e ONG locais.
A ordem do Conselho Islâmico indonésio também é extensiva aos pescadores, que, a partir de agora, são exortados a ter mais cuidado na proteção de animais marinhos em vias de extinção, nomeadamente tartarugas e tubarões.
A inédita “Fatwa” apela ainda às autoridades indonésias para controlarem os impactos ecológicos do desenvolvimento, rever as licenças das empresas cujas atividades são consideradas prejudiciais ao meio ambiente e penalizar os madeireiros ilegais e traficantes de animais selvagens.
A decisão emitida pelo órgão religioso não tem legitimidade legal na Indonésia, pelo que a `Wildlife News` acredita não ser evidente que a “Fatwa”, desencoraje a atividades dos caçadores furtivos que assassinam animais em perigo.
Mas, a publicação prevê a sua eficácia sobre a vida de muitos muçulmanos devotos que residem nas áreas rurais da Indonésia, o país islâmico mais populoso do mundo.
Fonte: RTP