Uma nova consciência mudou a rotina de Cleo Pires: sustentabilidade. Há poucos meses a atriz começou sua transição para a dieta vegetariana e agora começou a construir uma casa inteiramente sustentável. A atriz mudou o seu modo de encarar as coisas quando percebeu que amava muito os seus cachorros e, por eles, começou a assistir documentários sobre a crueldade contra os bois. Após esses filmes, Cleo começou a ver um “bicho morto” toda vez que colocava um pedaço de bife em seu prato.
O iG acompanhou com exclusividade a atriz em uma sessão de fotos para a ONG AMPARA Animal, em parceria com a TV Bicho, na qual Cleo foi fotografada por Jacques Dequeker com um gato preto, o charmoso Fufu.
Antes das fotos com o animal, o maquiador cuidou do visual de Cleo. Em pouco tempo a beleza da atriz estava ressaltada com o contorno em seus olhos e com os acessórios escolhidos a dedo pela equipe de produção. Enquanto o estúdio ficava pronto, Cleo se familiarizou com o animal que seria o seu parceiro nos cliques e também se divertiu com um cachorro que estava por lá só a passeio.
Cleo mostrou intimidade tanto com o gato, quanto com o cachorro e contou que está gostando dessa nova dieta. “Estou começando a ser vegana, estou gostando muito. Foi uma consequência muito natural na minha vida”, contou ao iG.
Confira o bate-papo com Cleo Pires sobre animais, comida e sustentabilidade.
iG: Como você decidiu virar vegetariana?
Cleo Pires: Tenho cinco cachorros e quando você tem um animal, começa a questionar muita coisa. Comecei a ver vários filmes sobre veganismo e comecei a ficar com muito nojo de tudo. Eu já comia produtos orgânicos, mas por ignorância achava que seria impossível substituir a carne.
iG: Seu corpo está se adaptando à nova dieta?
Cleo Pires: Meu organismo está superbem. Ainda estou passando pelo processo de desintoxicação. Mas meu sono, meu intestino, o meu comportamento durante o dia, isso tudo está muito melhor. Me sinto mais feliz depois que virei vegetariana.
iG: Muitas pessoas sentem dificuldade ao tentar parar de comer carne. Como você conseguiu superar esse passo?
Cleo Pires: Sempre comi muita carne. Mas nessa busca de mudar de vida, fui assistindo filmes que falam sobre a alimentação dos bois, sobre a crueldade com eles. Depois vi filmes sobre a alimentação vegana e as pesquisas que provam por a + b como a alimentação baseada em animais faz mal. Elas causam diabetes, colesterol e muitas outras doenças. Comecei a ficar com nojo de carne. Eu olhava um bife e imaginava um bicho morto. Eu não tinha alternativa, achava que só a carne podia sustentar. Mas então comecei a passar com a nutricionista Andrea Santa Rosa e ela me ensinou alimentos alternativos que dão sustância. Ela está me ajudando muito nesse processo.
iG: Você parou de vez com as carnes e derivados de leite? Está virando vegan?
Cleo Pires: Não como mais nenhum tipo de carne, peixe é bem raramente. Leite e derivados também é muito raramente que eu como. Estou começando a ser vegana, estou gostando muito. Foi uma consequência muito natural na minha vida e o nosso paladar vai mudando conforme o tempo.
iG: Como é a sua convivência com os seus animais?
Cleo Pires: Depois que eu conheci a ONG minha consciência mudou muito em relação aos animais. Foi então que adotei a fêmea. A gente pegou a Chica e ela já se adaptou com os outros animais e está tudo em paz. Os cachorros maiores ficam mais do lado de fora da casa, mas a gente tem um contato muito próximo com eles. Quando vamos viajar, ficamos morrendo de saudade.
iG: Você já tinha pensado em adotar um cachorro que precisasse de um lar?
Cleo Pires: Sempre tive vontade de adotar uma criança, nunca tinha pensado em adotar um cachorro. Aí conversei com as meninas do Ampara e minha consciência mudou muito. Estabilizar os animais que vivem em condições precárias e me envolver com essas causas foi um amadurecimento pessoal muito grande. Agora eu busco ter atitudes mais sustentáveis em tudo o que eu faço.
G: O contato com a natureza sempre foi presente em sua vida?
Cleo Pires: Quando eu era criança, morava no Recreio dos Bandeirantes (Rio de Janeiro) e tinha uma convivência muito saudável com a natureza. Minha mãe se casou com o Orlando (Morais) quando eu era pequena e, como ele é de Goiás, acostumamos a nadar nos rios e a brincar com os animais. Então sempre tive muito contato com a natureza.
iG: Como surgiu a ideia de construir uma casa inteiramente sustentável?
Cleo Pires: Tudo isso é para gente ter um impacto ambiental menor no planeta. Precisamos emitir menos CO². Mas o mais importante, o que me faz querer ser sustentável, é o processo de aprendizado. Sei que posso ter conforto e viver com luxo sem esgotar os recursos naturais. Quando fazemos algo de bom para o planeta, fazemos para o ser humano.
iG: E quais os detalhes importantes na construção para você conseguir esse menor impacto no planeta?
Cleo Pires: A gente ainda está nos primeiros passos da casa, ainda nem começamos a subir. Contratamos um consultor ambiental, mas quero que ela seja inteiramente sustentável, em todos os detalhes. Ela vai ter teto com placa solar, captação de chuva, reuso de água, ventilação cruzada, cimento ecológico. Ainda não me familiarizei muito com o assunto porque está no começo. Quando a obra começar a evoluir, vou ficar mais por dentro do assunto.
iG: O que você acha sobre o uso de casacos de pele?
Cleo Pires: Eu tenho casaco de pele, mas quero fazer uma pilha e botar fogo. Eu tinha uma ignorância sobre esse assunto, não fazia parte da minha vida. Mas a convivência com os cachorros me fez ver que não faz sentido gostar deles e usar pele.
iG: A sua atuação em Araguaia ajudou nesse seu despertar para a sustentabilidade?
Cleo Pires: Eu já era muito ligada à natureza e atuar em Araguaia veio ao encontro do que eu precisava. Percebi que com a novela eu poderia mostrar ao Brasil que o Centro-Oeste é muito rico. Você se depara com boto nadando na sua frente, jacaré no meio do mato. Mas como eu ia muito para Goiás quando era mais nova, já estava bastante familiarizada com aquela natureza.
iG: O que significa na sua vida fazer parte de um calendário em prol dos animais?
Cleo Pires: Fazer parte de um calendário que vai trazer suporte financeiro, não só para cuidar de cachorro, mas para ajudar a transformar a consciência das pessoas é bom. Chega a ser um ato egoísta (risos). Não só vou ajudar, mas me faz muito bem fazer parte disso. Estou muito feliz em poder ajudar as meninas.
iG: Você posou com um gato preto. O que você pensa a respeito do preconceito das pessoas com esses animais?
Cleo Pires: Amo gato preto, acho que eles são atraentes. Não sabia que existia preconceito em torno desses animais. Estou descobrindo através das meninas. Esse problema é cultural, uma superstição e esses assuntos não são abordados da maneira como merecem. Precisamos entender que existe esse preconceito com animais e é necessário conscientizar as pessoas.
iG: Como uma pessoa ligada à natureza, prefere morar no campo ou na cidade?
Cleo Pires: Gosto tanto do campo, quanto da cidade. Não consigo escolher um entre os dois. A fauna e a flora são muito ricas, elas me acalmam. Mas também gosto muito da tecnologia, do movimento da cidade. Gosto de poder escolher e alterno entre os dois.
iG: Quais os animais silvestres você mais gosta?
Cleo Pires: Gosto muito da cobra e do tigre. A cobra porque tem uma coisa surpreendente, como ela ataca, como se movimenta, se camufla. A cara dela também é linda. Sinto que tem uma coisa de força e proteção. É a mesma coisa com o tigre. Eles são fortes e eu os adoro.
iG: Para finalizar o nosso bate-papo, o que você acha sobre pessoas que têm animais silvestres em casa?
Cleo Pires: Eu entendo essa vontade de ter animal silvestre em casa, mas eles perdem muito da natureza deles. Se você gosta deles, vai para o meio da selva, aprenda a lidar com eles. Ter esses animais em casa é muito egoísmo. Eles precisam ficar no ambiente deles.
Com informações do IG