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BUSCA POR JUSTIÇA

Circo que deixou elefanta escapar está sendo processado pelo departamento de Agricultura dos EUA por "não protegê-la"

ONG que realizou a denúncia espera que a punição aplicada seja a revogação da licença para manter animais e não uma multa em dinheiro como em outros ocasiões 

7 de junho de 2024
Júlia Zanluchi
3 min. de leitura
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Foto: PETA

Quase dois meses após fugir do circo, a elefanta Viola voltou a virar assunto. De acordo com o site da PETA, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) recentemente citou o proprietário da elefanta, Carson & Barnes Circus, por “não segurá-la adequadamente e não protegê-la de possíveis lesões”.

No último mês, o USDA foi ao circo investigar a situação de Viola e então formalizou o processo. Agora a PETA está acompanhando atentamente qual será a punição que o Departamento de Agricultura irá aplicar ao Carson & Barnes Circus. “Eles precisam revogar a licença,” disse Debbie Metzler, diretora do Bem-Estar de Animais Cativos da ONG.

A Carson & Barnes está no ramo desde 1937, e este mais recente confronto com o USDA não é o primeiro: os proprietários do circo já foram citados mais de 100 vezes anteriormente. “No passado, o USDA resolveu com uma multa monetária,” disse Metzler. “Está a critério deles.”

A oficial da PETA disse que o USDA tem sido inconsistente com suas decisões e que a citação é a punição de menor grau. “Pode ser essencialmente vista como um tapa no pulso,” declarou Metzler.

De acordo com Metzler, embora Viola supostamente estivesse indo para a aposentadoria em agosto passado, se isso aconteceu, foi por pouco tempo. Ela está na estrada com o Jordan World Circus desde janeiro. Sua apresentação em Butte em 16 de abril, no dia que ela fugiu, foi seguida por shows em várias outras cidades de Montana. “Eles não perderam tempo e têm viajado desde então,” disse ela.

Metzler disse que é função das ONGs educar o público sobre os abusos contra os animais de circo. Por isso, há alguns dias, ela se viu dirigindo até o Jordan World Circus em Centralia, Washington, para observar mais de perto Viola.

A oficial da PETA ficou triste, mas não surpresa, ao ver um dos tratadores de Viola ameaçar a elefanta com um gancho, uma vara com um gancho de metal afiado na ponta. “Ele tinha o gancho para evitar que ela escapasse,” disse Metzler.

A Associação Americana de Zoológicos e Aquários proibiu o uso do gancho, que é considerado por organizações de direitos dos animais como “instrumentos de tortura.”

É importante lembrar que a breve fuga de Viola em Butte não foi a primeira tentativa de fuga do elefante asiático. Em 2010, ela escorregou na lama e caiu colina abaixo enquanto tentava escapar. Quatro anos depois, enquanto corria com outros dois elefantes por um estacionamento em Missouri, ela sofreu alguns cortes.

Agora, em seus 50 anos, Viola já ultrapassou a expectativa de vida média de um elefante asiático em cativeiro, que, de acordo com a AZA, é de 47,5 anos. Metzler teme, no entanto, que Viola não viverá para desfrutar de sua aposentadoria.

“A menos que as pessoas parem de frequentar esses circos, Viola e os outros elefantes continuarão,” disse ela. “Muitas vezes, eles são trabalhados até o último suspiro.”

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