Por Danielle Bohnen (da Redação)
O Ministério do Meio Ambiente da Colômbia confirmou uma resolução produzida no começo do ano, que impõe sanções ao proprietário do Circo Gasca, Martin Fuentes Gasca, e ao representante da empresa PROTEQUEM, Pedro Alfonso Villaraga, por ferir a legislação ambiental. A sanção é resultado de uma investigação iniciada pelo Ministério tendo como base as provas apresentadas pela Animal Defenders International (ADI).
Segundo matéria da PrensAnimalista, a investigação da ADI sobre o uso de animais nos circos da Colômbia revelou níveis absurdos de violência e abuso. Na investigação, está incluso o documento sobre a chimpanzé Karla, que foi torturada com socos na cara e golpeada com uma corrente pelo seu treinador. Outro chimpanzé, chamado Panchito, também sofreu diariamente com golpes e tortura por parte do treinador. No vídeo, o animal grita de pavor durante o ato brutal e cruel. A investigação mostrou também que os animais dos circos vivem em lugares inadequados, privados de suas necessidades naturais básicas.
O estresse causado pelo confinamento é um fato visto em animais que vivem em circos ao redor de todo o mundo, sofrem pela falta de espaço e interação social com sua própria espécie.
Depois dos resultados reveladores pela investigação da ADI, os chimpanzés Karla e Panchito foram rapidamente doados pelo circo a zoológicos. O Ministério confirmou que essas doações não foram realizadas de acordo com os procedimentos legais estabelecidos pelo Decreto 1608 de 1978, que regula as questões ambientais do país, portanto o Ministério declarou a responsabilidade do circo e de PROTEQUEM. Os responsáveis terão de pagar uma multa de 19 milhões de pesos colombianos (equivalente a 10.000 dólares).
A ADI também apresentou provas ao Ministério denunciando a série de torturas que levaram à morte de uma girafa chamada Shakira, que foi importada dos EUA em 2006 e morreu pouco tempo depois. O animal foi esquartejado e incinerado. O Ministério decidiu enviar cópias das provas à polícia de Bogotá. O que se espera agora é que a polícia faça investigações mais detalhadas para que se faça valer a legislação sobre crimes ambientais.
O circo apelou da decisão com base em uma suposta violação do processo, afirmando também que as doações dos primatas foram feitas de “boa fé”. O Ministério confirmou sua decisão, o que significa que as decisões serão levadas a cabo em pouco tempo. Se o circo quiser recorrer da decisão do Ministério, será um processo longo e caro nos tribunais administrativos da Colômbia. A ADI continuará acompanhando o caso.
Segundo a Diretora Executiva da ADI, Jan Creamer, “estamos muito felizes em saber que a investigação da ADI na indústria circense colombiana levou o Ministério do Meio Ambiente a executar ações judiciais decisivas. Esta decisão não é apenas justa, como também estabelece um precedente importante que demonstra que os circos com animais não estão a salvo de sanções, estabelecidas na lei. As imagens de Karla aterrorizada recebendo golpes fortes ainda nos deixa angustiados, mas a decisão do Ministério é um passo na direção correta para pôr fim a este tipo de abuso”.