Mais de cinco mil pessoas assinaram a petição que exige o fim das corridas de galgos. Por ano, são mortos cerca de 400 cães no Canídromo. O abaixo-assinado, dirigido ao Executivo de Chui Sai On, surge na sequência de uma reportagem do South China Morning Post (SCMP), publicada no mês passado, que percebeu um aumento no número de mortes na pista, mais de um por dia.
Segundo o jornal, a Companhia de Corrida de Galgos de Macau – Yat Yuen, que administra o Canídromo, decretou a morte por injeção letal a 383 cães importados da Austrália. Só em Março foram mortos 45 animais, a maior parte deles saudáveis e com menos de cinco anos. Em média, um galgo pode viver de 10 a 13 anos.
A Yat Yuen diz que a lei de Macau não autoriza que os cães reformados das pistas de corrida sejam adotados por famílias para serem criados em casa. Ainda de acordo com o SCMP, a morte é decidida se um galgo ficar excluído dos três primeiros lugares, por cinco vezes consecutivas. Os cães competem quatro noites por semana.
Também no mês passado, a Fundação para os Animais da Ásia – com o apoio da Sociedade de Prevenção da Crueldade Contra os Animais de Hong Kong e de mais 24 associações homólogas da China, que temem que o “esporte” seja legalizado no Continente – manifestou-se contra a política de sacrifício do Canídromo. O grupo endereçou uma petição à primeira-ministra australiana Julia Gillard a exigir que o país deixe de exportar galgos para Macau.
Ao documento, noticiou ontem o SCMP, junta-se agora outro abaixo-assinado em que os peticionários pedem o fim da prática de apostas praticado no Canídromo. O texto está circulando entre as associações de proteção dos direitos dos animais e o grupo Grey2K USA (que é contra as corridas de galgos e participou na elaboração de uma proposta de lei para travar o esporte na ilha de Guam) e somava ontem 5290 assinaturas.
“Enquanto as corridas de cães continuarem, os galgos vão sofrer. Por favor, ajude a pôr um fim nesta terrível crueldade em Macau”, exorta-se na petição. De acordo com o SCMP, a causa tem o apoio de centenas de pessoas de todo o mundo, que tanto descrevem a prática como “uma vergonha para Macau” como perguntam “Macau está cheia de casinos. Porque é que precisam de apostar em cães também?”.
“Estamos muito satisfeitos com esta resposta [à petição online], uma vez que mostra os bons sentimentos de pessoas de todo o mundo por estes cães inocentes, cujas vidas são interrompidas pelo preço de uma aposta”, afirmou Helen Stevens, da representação do grupo britânico Greyhound Crusaders. A organização diz ter já escrito por duas vezes à empresa que explora o Canídromo a pedir o fecho das pistas de corrida. Não houve resposta: “Podemos apenas concluir que para eles é apenas um negócio. Mas, enquanto os galgos estão morrendo todas as semanas, há pessoas preocupadas que fazem tudo o que podem para ajudar esses cães”.
Também Sandy Macalister, diretora executiva da Sociedade de Prevenção da Crueldade Contra os Animais de Hong Kong, diz que a reação da comunidade internacional à petição incentiva as ações de campanha contra o Canídromo, mas destaca que o problema só será resolvido se a exportação de galgos da Austrália para Macau cessar.
Fonte: Ponto Final