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Cinco espécies de tubarões lutam para não entrar em extinção no Brasil

8 de setembro de 2013
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Gralha Branca, uma das espécies em extinção (Foto: OldakQuill / Wikimedia)
Gralha Branca, uma das espécies em extinção (Foto: OldakQuill / Wikimedia)

A pesca, o aumento da poluição e a degradação dos habitats contribuíram para que o número de espécies de tubarões ameaçadas de extinção aumentasse. A pesca, em particular, afeta consideravelmente as populações de tubarões e raias. O colapso dessas espécies, além da perda de diversidade biológica, representa uma ameaça real para a sustentabilidade dos ecossistemas marinhos.

Os tubarões são importantes por estarem no topo da cadeia alimentar. Se eles deixarem de existir, poderá haver uma desestabilização da fauna local. Eles atuam no processo de equilíbrio do ambiente. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio, organiza uma força-tarefa com a intenção de conservar a espécie. A entidade é responsável pelo Plano Nacional para Conservação da Espécie, criado ano passado.

O levantamento lista as principais ameaças e estratégias de conservação para os tubarões. De acordo com o coordenador-geral, Ugo Eichler Vercillo, no Brasil das 82 espécies de tubarão registradas, duas foram extintas no país entre as décadas de 1970 e 1980.

“Apesar de existir um preconceito contra o tubarão como sendo uma espécie ruim e perigosa, esta é uma espécie muito importante e positiva no controle do equilíbrio ambiental marinho”, observa Vercillo.

Ao todo, 19 espécies aparecem na lista de “criticamente em perigo”, o maior grau de risco. De acordo com o ICMBio, os tubarões estão distribuídos ao longo de toda a costa brasileira. No Brasil, eles estão concentrados principalmente no litoral Sul do país.

Ao contrário de outras espécies de peixes, tubarões produzem poucos filhotes, e assim, muitas espécies estão ameaçadas de extinção devido ao comércio de barbatana . A Índia é um dos maiores exportadores de barbatanas no mundo. Dezenas de milhões de tubarões são mortos todos os anos para atender a demanda de sopa de barbatana desse peixe, uma iguaria asiática e a principal causa da dizimação das populações de tubarões em todo o mundo. Além da barbatana, eles são caçados pela sua carne, óleo de fígado ou por mero desporto.

1. Tubarão Martelo

Foto: Getty Images
Tubarão Martelo (Foto: Getty Images)

Presente em toda a costa brasileira, o tubarão martelo sofre um acentuado declínio de suas populações em decorrência da exploração excessiva infligida pela pesca nas últimas décadas. No Brasil, essa exploração ocorre ao longo de toda a costa, é mais intensa em áreas de berçário das regiões Sudeste e Sul. A falta de dados em relação à dinâmica populacional e outros relativos à variabilidade genética dos estoques reprodutivos prejudicam a elaboração de estratégias para o manejo e conservação desta espécie.

 

2. Cação-azeiteiro

É um pequeno tubarão de hábitos tipicamente costeiros, com ocorrência predominante em águas rasas (de 16 a 32 metros de profundidade). A espécie se distribui em águas tropicais e temperadas no oeste do Atlântico e no leste do Pacífico, nos dois lados das Américas. No Brasil, a maioria dos registros dessa espécie ocorre na costa Norte e Nordeste, no entanto, sua distribuição se prolonga até o estado do Paraná. A biologia do cação-azeiteiro é pouco conhecida no mundo. O Brasil, principalmente as regiões Norte e Nordeste, é o local onde mais aspectos ecológicos da espécie foram estudados.

Cação Azeiteiro (Foto: Florida Museum of natural History / Reprodução)
Cação Azeiteiro (Foto: Florida Museum of natural History / Reprodução)

3. Tubarão-martelo-liso

É um tubarão costeiro que vive no oceano, encontrado em profundidades de até 200 metros. Apresenta hábitos migratórios e os mais jovens são frequentemente encontrados em grandes cardumes com centenas de tubarões. É uma espécie com distribuição essencialmente em zonas temperadas e mares tropicais. No Brasil, ocorre nas regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul. No País, a espécie sofre pressão tanto pela pesca artesanal quanto pela industrial, devido ao alto valor das barbatanas no mercado internacional e da carne no mercado interno.

4. Cação-mangona

É uma espécie migratória comumente encontrada em águas costeiras com profundidades variando de 1,8 a 191 metros. Ocupa grande variedade de áreas, incluindo baías rasas, corais, recifes rochosos e áreas mais profundas em torno da margem externa de plataformas continentais. É frequentemente encontrado próximo ao substrato, mas também pode ser visto em toda a coluna d’água. É uma espécie excepcionalmente suscetível à pesca devido à baixíssima fecundidade (com geração de apenas um ou dois filhotes a cada 2 anos), baixas taxas de crescimento e concentração populacional em zonas costeiras impactadas pela pesca.

5. Tubarão Galha Branca

O tubarão galha-branca está na lista de espécies aquáticas ameaçadas de extinção, elaborada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O animal vive nas águas quentes das zonas tropicais, pode chegar a quatro metros de cumprimento e pesar até 168 quilos. Desde de março de 2013, a pesca desse peixe está proibida no país por tempo indeterminado. A partir dessas novas regras, o Ministério do Meio Ambiente determina que os animais capturados, mesmo de forma incidental, sejam, obrigatoriamente, devolvidos inteiros ao mar, inclusive se estiverem mortos. As barbatanas do tubarão galha-branca estão entre as mais valiosas do mercado internacional.

Fonte: Terra

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