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PROJETO

Cientistas vão avaliar impacto dos incêndios florestais nos animais selvagens em Portugal

Cientistas vão avaliar impacto dos fogos nos animais selvagens em Portugal Projecto Mapear para Proteger! inclui o lançamento de uma plataforma digital aberta ao público. Investigadores vão recorrer a pontos de observação, câmaras de armadilhagem e gravadores de áudio.

8 de setembro de 2025
3 min. de leitura
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Foto: Universidade de Coimbra

A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra vai investigar, nos próximos meses, o efeito dos incêndios florestais de Agosto na fauna a nível nacional, revela nesta segunda-feira um comunicado de imprensa da instituição. “Adicionalmente, e no seguimento dos trabalhos já em curso, será dado um destaque particular à monitorização das populações de cervídeos, salientou a Universidade de Coimbra (UC).

O projeto Mapear para Proteger!, desenvolvido por investigadores do Centro de Ecologia Funcional (CFE) e do Departamento de Ciências da Vida (DCV) da FCTUC, e integrado na iniciativa Memórias da Floresta, do HTC – Pólo CFE na Nova FCSH, inclui o lançamento de uma plataforma digital aberta ao público.

Esta plataforma permitirá aos cidadãos registar observações e, assim, contribuir para o estudo do impacto do fogo na floresta e nos animais.

Segundo a investigadora do CFE e responsável pelo projeto, “no caso particular da serra da Lousã, e apesar de esta zona já ter sido afetada por incêndios anteriormente, neste ano, a área ardida é bastante extensa, o que implica um reforço na monitorização”.

“Neste ano, vamos alargar a área de monitorização, englobando tanto as áreas afetadas pelos incêndios, como as não ardidas, no sentido de perceber as consequências deste fenómeno no comportamento e movimentação dos cervídeos presentes na serra”, indicou Joana Alves.

As ferramentas

Além dos registos da população, os investigadores irão recorrer a pontos de observação, câmaras de fotoarmadilhagem e gravadores de áudio distribuídos por várias zonas da serra.

“Esta estratégia permitirá perceber se os animais estão a regressar às áreas ardidas ou se estão a movimentar-se para territórios adjacentes.” De acordo com a Universidade de Coimbra, esta investigação coincide com a época da brama do veado, fase reprodutiva caracterizada pelos intensos bramidos.

Desde 2019, os investigadores registam estes sons para analisar o comportamento da espécie, a intensidade das vocalizações e os efeitos da pressão humana sobre a reprodução.

“Com os estudos que temos feito, foi possível concluir que os veados vocalizam menos em zonas ruidosas e próximas de parques eólicos, sobretudo aos fins-de-semana, quando há mais atividade humana. Como os bramidos são essenciais durante a reprodução, estes resultados revelam que o ruído provocado pelo ser humano pode perturbar a comunicação da espécie e o seu sucesso reprodutivo”, referiu a investigadora, que é também coordenadora do BeWild Lab.

Na nota de imprensa, os investigadores alertam para a possibilidade de os incêndios poderem ter um impacto relevante nas populações selvagens, reforçando a importância deste estudo para compreender a resiliência da fauna e a capacidade dos ecossistemas para manter e recuperar o equilíbrio ecológico.

Fonte: Público

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