O Arquipélago de Trindade, pertencente ao Espírito Santo, é considerado por especialistas um local especial de observação de baleias. A cerca de 1,2 mil quilômetros a leste da costa capixaba, o ponto será a última parada da expedição de seis biólogos e pesquisadores da Bahia e de Santa Catarina, que durará vinte dias.
Ao todo, conforme divulgado pelo site Ambiente Brasil, os pesquisadores do Instituto Baleia Jubarte (IBJ) sairão de Caravelas (BA) e levarão cinco dias de navegação para chegar à região, que foi escolhida após relatos de pescadores e de pessoas que navegam no local e já constataram o surgimento de baleias no arquipélago.
Em 22 anos de pesquisa, é a primeira vez que uma expedição científica vai à Trindade para verificar a aparição de baleias jubartes. Além da observação, a pesquisa de campo incluirá mergulhos para identificar e catalogar a fauna marinha, além de analisar o comportamento de cetáceos como a própria baleia jubarte, cachalotes e golfinhos.
Na região do arquipélago, dizem os especialistas, há uma cadeia de montanhas submersas, o que leva os cientistas a crer que há muitos animais na região, inclusive tartarugas marinhas.
Viajam pra Trindade quatro biólogos, um engenheiro e um cinegrafista especializado em registrar atividades subaquáticas.
Na água, o objetivo será identificar os pontos de visualização das baleias e identifica-las pelas marcas naturais, sem qualquer tipo de intervenção no corpo do animal, como chips, GPS, entre outros equipamentos. A medida, dizem os pesquisadores, é suficiente para comparar com as imagens do arquivo do Instituto Baleia Jubarte (IBJ), sobre as baleias que circulam pelas águas brasileiras.
Segundo os dados do IBJ, há mais de três mil baleias cadastradas. Se possível, os biólogos esperam coletar amostras de tecido para posterior confecção de um laudo genético.
A expedição sai de Caravelas, segue para o arquipélago de Abrolhos e depois para o arquipélago de Trindade. A expedição inicia o retorno à costa baiana no dia 24, com chegada prevista a Caravelas em 29 de agosto.
A identificação de baleias jubarte no arquipélago capixaba poderá subsidiar ações de preservação ambiental da região de Trindade.
O arquipélago de Trindade tem duas ilhas principais (Trindade e Martim Vaz), separadas por 48 quilômetros, que somam uma área total de 10,4 km². As ilhas são consideradas pelos navegadores um imenso paredão no meio do Atlântico. São desabitadas, à exceção de uma guarnição de 32 militares da Marinha, que tem sua base na Ilha da Trindade.
Encalhes da espécie é recorde
Este ano apresentou um recorde de encalhes de baleias jubarte. Até o momento, foram confirmados dez encalhes, sendo cinco no Espírito Santo, três na Bahia, um em Alagoas e um no Rio de Janeiro.
Fonte: Século Diário