A piloto Katharine Board frequentemente vê grupos de baleias azuis, cinzentas e orcas ao sobrevoar a costa da Califórnia, nos EUA. Comparada a outros pilotos, no entanto, ela tem um ponto de vista privilegiado – baixo e devagar – a bordo do único zepelim operacional dos Estados Unidos.
A aeronave dela, uma versão moderna de um aparelho da década de 1930, oferece uma visão clara e estável dos gigantes marinhos.
“O bom de voar baixo e devagar – ficamos 300 metros acima do solo e nossa velocidade de cruzeiro é 65 km/h – é que realmente dá para ver o mundo, realmente dá para ver os lugares onde se está”, disse ela.
Neste mês, a Airship Ventures, empresa proprietária do zepelim, doou um dia de voo a um grupo de cientistas, para que pudessem filmar e fotografar um grupo de orcas na Enseada Puget, em Washington.
Geralmente o zepelim – chamado Eureka – oferece voos panorâmicos comerciais para até 12 passageiros, com preços de US$ 200 a US$ 1.000.
Muitas pessoas associam o zepelim à tragédia do alemão Hindenburg, que explodiu em chamas sobre os EUA em maio de 1937, matando 36 pessoas.
Desde então, a tecnologia passou por vários aperfeiçoamentos, incluindo uma diferença crucial: o abandono do hidrogênio, um gás altamente inflamável. O Eureka usa hélio. Além disso, suas manobras são computadorizadas e a estrutura é feita de fibra de carbono.
Embora tenham aparência similar, zepelins são diferentes dos balões dirigíveis. Os dirigíveis são muito menores e não têm uma estrutura rígida.
O grupo de baleias observado é considerado ameaçado. Essas orcas são moradoras permanentes da enseada, caçando salmão.
Cientistas da Administração Nacional de Atmosfera e Oceano (NOAA) montaram câmeras de alta definição embaixo do zepelim.
Os pesquisadores a bordo do zepelim conseguiram observar cerca de 30 orcas.
Fonte: Estadão