Por Claudia Doppler (da Redação)
Cientistas estão trabalhando para decifrar porque houve uma explosão no número dos golfinhos encalhados encontrados ao longo da costa oriental dos Estados Unidos. As informações sã do Daily Mail Online.
Um total de 44 golfinhos-nariz-de-garrafa mortos foi encontrado em julho, ao longo da parte sul da baía de Chesapeake na Virgínia – aproximadamente oito vezes mais do que o normal, de acordo com a Equipe de Resposta a Encalhe do Aquário da Virgínia.
Pesquisadores estão se esforçando para encontrar a causa das mortes, mas suspeitam que um vírus seja o responsável, como um ataque mórbido similar de mortes de golfinhos, ocorrida em 1987, e que foi o resultado de uma doença parecida com o sarampo.
A Administração Oceânica e Atmosférica Nacional pediu aos centros de encalhe situados ao longo da linha costeira para registrarem o número de golfinhos mortos encontrados, em uma tentativa de encontrar um padrão nos picos.
Susan Barco, coordenadora de pesquisa do Aquário da Virgínia & Centro de Ciência Marinha, relatou ao The Virginian-Pilot: “Nós tivemos um número constante no começo do verão, e começando semana passada, os números aumentaram vertiginosamente….Nós apenas estamos tentando descobrir por quê”.
Os estados de Delaware e de Maryland também viram uma ascensão em mortes de golfinhos e de acordo com um relatório publicado no The Press of Atlantic City, aproximadamente 10 golfinhos mortos foram encontrados em um mês – o dobro do registrado geralmente.
Cientistas em New Jersey relataram que resultados da necropsia indicaram que pneumonia pode ser a responsável, mas um porta-voz do Serviço Nacional de Pescaria Marinha Nacional, pertencente à Administração Oceânica e Atmosférica Nacional, admitiu que ninguém sabe o que está causando as mortes misteriosas de golfinhos, mas dados estão sendo coletados.
Entretanto, a equipe de encalhe na Virgínia disse que os números dos golfinhos encontrados encalhados lembram os das mortes maciças que ocorreram em 1987, quando mais de 750 carcaças foram encontrados em terra entre Florida e New Jersey.
Levaram-se alguns anos para se determinar que morbillivirus – uma doença similar ao sarampo – foi a responsável, mas os golfinhos mostraram sintomas similares àqueles do sarampo e da pneumonia.
A senhora Barco disse: “É sinistramente familiar… é um vírus que nós estamos procurando agora.”
Os golfinhos-nariz-de-garrafa vivem em grupos de dois a 15 membros, distantes da costa leste dos Estados Unidos, e passam a maioria do ano nas águas mais mornas do sul, antes de se mover para as baías do Médio Atlântico, entrem maio e outubro, Bob Schoelkopf, diretor do Centro de Encalhe de Animais Marinhos em Brigantine, New Jersey, relatou ao The Huffington Post.
Um total de 87 carcaças de golfinhos, incluindo os golfinhos-nariz-de-garrafa, foi recolhido na Virgínia pela Equipe de Resposta até agora este ano, comparado a uma contagem usual de 87 golfinhos recolhidos durante o ano inteiro.
Voluntários têm a tarefa indesejada de coletar restos de golfinhos – muitos dos quais já estão bastante decompostos -, os quais são analisados por biólogos marinhos.
É difícil para os cientistas obter informações valiosas sobre qualquer vírus suspeito quando as carcaças estão em estado ruim.
Os voluntários estão vasculhando a costa para encontrar corpos de golfinhos recém-mortos a fim de proporcionar aos cientistas uma maior possibilidade de encontrar animais que possam ajudá-los a descobrir a razão para as mortes.
Krystle Rodrique, uma voluntária da Equipe de Resposta ao Encalhe do Aquário da Virgínia, descreveu o cheiro das carcaças branco-rosadas como uma mistura entre um pet shop e peixe podre.
Ela disse ao The Virginian-Pilot: “Você se acostuma com o cheiro, mas eu nunca posso realmente tirá-lo de minhas mãos… eu as esfrego repetidamente.”
A senhora Barco disse que os voluntários não viram nenhuma marca física de trauma nos corpos dos golfinhos, que indicariam que se emaranharam em redes ou foram confundidos pelos sistemas de sonar usados pela marinha, os quais foram responsáveis pelo encalhe de baleias e golfinhos no passado.
Ted Brown, um porta-voz do Comando de Frota da Marinha em Norfolk, relatou ao The Virginian-Pilot que não houve mudança ou aumento no uso de sonar que poderia estar relacionado ao aumento nas mortes de golfinho.
Ao redor de 60 voluntários, junto com estagiários e a equipe permanente de funcionários, estão trabalhando na Virgínia para determinar a causa das mortes, mas não têm laboratórios especiais e trabalham em barracas.