Uma cena chocante gravada em Svalbard, na Noruega, flagrou pesquisadores perseguindo um urso-polar até a exaustão, dentro de um helicóptero. O incidente foi registrado pelo fotógrafo de vida selvagem, Joshua Holko.
Um urso-polar descansava tranquilamente sobre o gelo, enquanto era observado a mais de três quilômetros de distância por um grupo cientistas que respeitava as normas locais. De repente, um helicóptero de pesquisa surgiu em voo rasante, mergulhando em alta velocidade em direção ao animal. Assustado, o urso levantou-se em pânico e começou a correr, enquanto a aeronave o perseguia por mais de dez minutos, chegando a ficar a meros metros de distância.
Testemunhas descreveram o momento como “aterrorizante”. O urso, visivelmente exausto, cambaleou antes de ser finalmente sedado pela equipe. “Isso não é estudos, é uma caçada”, afirmou um observador. “Se fosse um turista fazendo isso, estaria preso. Mas com um helicóptero e um crachá, tudo parece permitido.”
O caso expõe uma contradição gritante nas políticas de proteção de Svalbard. Desde 2024, o Decreto Legislativo 65 proíbe qualquer pessoa de se aproximar a menos de 300 metros de um urso-polar — distância que sobe para 500 metros entre os meses de março e junho, período crítico para a espécie. A justificativa é evitar estresse aos animais, mas o incidente mostra que as mesmas restrições não se aplicam a grupos de pesquisa.
Enquanto fotógrafos são obrigados a recuar mesmo quando um urso se aproxima voluntariamente, cientistas têm usado helicópteros para cercar e imobilizar animais — método questionado por biólogos independentes.
Imagens da perseguição estão sendo compartilhadas com autoridades norueguesas, incluindo o Governo de Svalbard e a Agência Ambiental da Noruega, em um apelo por transparência.
Svalbard, lar de cerca de 3 mil ursos-polares, tornou-se palco de um debate global sobre turismo versus pesquisa. Enquanto visitantes são tratados como potenciais ameaças, projetos científicos recebem autorização para métodos invasivos — sem fiscalização clara.