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PANDEMIA

Cientistas mostram que animais vendidos em Wuhan, na China, são a fonte do covid-19

Equipe de cientistas mostra que animais vivos vendidos em mercado de Wuhan, na China, são a fonte da crise sanitária da covid-19. Conclusão é baseada em análises espaciais, ambientais e moleculares de dados referentes às primeiras infecções.

27 de julho de 2022
Redação ANDA
3 min. de leitura
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(crédito: NOEL CELIS)

Uma equipe internacional de cientistas acaba de publicar, na renomada revista Science, dois artigos com “provas robustas” de que o Mercado Atacadista de Frutos do Mar de Huanan, em Wuhan, na China, foi o epicentro da pandemia da covid-19. Após um conjunto de análises espaciais, ambientais e moleculares, os 18 pesquisadores concluíram que animais vivos vendidos no estabelecimento são a fonte inicial do contágio do coronavírus para humanos, sendo que esse processo se deu por múltiplas introduções virais.

Para a equipe, os resultados praticamente eliminam cenários alternativos sugeridos para o surgimento da crise sanitária, como o vazamento do Sars-CoV-2 de um laboratório. “As análises das evidências disponíveis sugerem claramente que a pandemia surgiu de infecções humanas iniciais de animais à venda no mercado de Huanan, no fim de novembro de 2019”, enfatiza, em comunicado Kristian Andersen, biólogo do Departamento de Imunologia e Microbiologia do Scripps Research Institute em La Jolla, nos Estados Unidos, e autor de ambos os estudos.

Em uma das pesquisas, a equipe examinou os locais em que foram registrados os primeiro casos de covid-19, bem como amostras de swab retiradas de superfícies de vários locais do mercado chinês. Liderados por Michael Worobey, da Universidade do Arizona, e Andersen, os cientistas determinaram os locais de quase todos os 174 casos de covid-19 identificados pela Organização Mundial da Saúde em dezembro de 2019 — 155 eram em Wuhan. As análises mostraram que esses casos estavam agrupados em torno do mercado de Huanan, enquanto os casos posteriores estavam amplamente dispersos pela cidade chinesa que tem mais de 11 milhões de habitantes.

O estudo mostra ainda que uma “porcentagem impressionante” dos pacientes iniciais de covid sem conexão conhecida com o mercado — não trabalhavam nem compravam lá — morava perto do local. Na avaliação de Worobey, isso apoia a ideia de que o mercado foi o epicentro da pandemia, “com os vendedores sendo infectados primeiro e desencadeando uma cadeia de infecções entre os membros da comunidade na área circundante”.

Outra descoberta feita pelo grupo reforça essa hipótese. Ao analisar a distribuição geográfica dos casos posteriores de covid, registrados em janeiro e fevereiro de 2020, eles identificaram um padrão “polar oposto” de contágio, segundo Worobey. Em vez de concentradas no mercado, as infecções estavam em áreas de maior densidade populacional em Wuhan. “Isso nos diz que o vírus não estava circulando de forma criptográfica. Ele realmente se originou nesse mercado e se espalhou a partir daí”, diz o pesquisador.

As análises das amostras de swab colhidas em superfícies do mercado, como pisos e gaiolas, que deram positivo para o Sars-CoV-2 foram “significativamente associadas” a barracas que vendiam animais selvagens vivos. Além disso, o grupo constatou que mamíferos agora conhecidos por serem suscetíveis ao vírus, como raposas vermelhas, texugos e cães-guaxinins, eram vendidos vivos no mercado, nas semanas anteriores aos primeiros casos registrados de covid.

Nota da Redação: O consumo de carne está diretamente ligado à propagação de doenças de animais para humanos, como no caso do SARS, Ebola, entre outras doenças. Além disso, a prática representa o maior impacto ambiental do planeta. A cada ano são criados e mortos mais de setenta bilhões de animais terrestres para consumo humano, além de um número muito maior de animais aquáticos causando enorme devastação também nos oceanos. Os animais são os que mais sofrem e pagam um preço alto por tudo isso. Precisamos diminuir este impacto com urgência e libertar os animais de tanta dor. O veganismo é a única saída para amenizar o problema, além de ser benéfico à saúde individual é também uma urgência de saúde pública.

 

 

Fonte: Correio Brasiliense

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