Um grupo internacional de cientistas identificou a maior população no mundo de tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea), também conhecida como tartaruga-gigante. A espécie, que atinge mais de 500 quilos, corre sério risco de extinção.
Os pesquisadores estimam que existam entre 15.730 e 41.373 fêmeas em praias do Gabão, na África, em áreas onde são feitos trabalhos de conservação da espécie marinha, a maior entre as tartarugas atuais e a quarta maior entre os répteis, depois de três crocodilianos.
A espécie também está na lista de espécies ameaçadas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o projeto Tamar, a estimativa mundial era de 34 mil fêmeas em idade reprodutiva. Ou seja, com o novo estudo, a população aumenta consideravelmente.
O estudo, publicado na edição de maio da Biological Conservation, destaca a importância dos esforços de conservação da biodiversidade. A tartaruga-de-couro teve suas populações nos oceanos Pacífico e Índico reduzidas em mais de 90% nas décadas de 1980 e 1990.
A União Internacional para Conservação da Natureza lista a espécie como ‘criticamente ameaçada’, mas há carência de registros populacionais no Atlântico, especialmente na África.
O novo estudo foi coordenado por pesquisadores da Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a Wildlife Conservation Society, por meio da Gabon Sea Turtle Partnership, uma rede de organizações que atua na proteção de tartarugas marinhas.
Os pesquisadores colheram dados durante três estações de assentamento, entre 2002 e 2007. O levantamento envolveu a produção de registros aéreos por 600 quilômetros, cobrindo toda a costa do país no oeste africano. Além de fotos e vídeos para análise, foi feita o monitoramento detalhado em solo por toda a área.
Ao cobrir toda a costa, os cientistas puderam estimar não apenas o número de ninhos e de fêmeas poedeiras, mas também identificar os principais pontos de assentamento, dado fundamental para o desenvolvimento de trabalhos de conservação da espécie.
O levantamento apontou que 79% das áreas de assentamento identificadas estão dentro de parques nacionais e outros locais protegidos.
Fonte: JB Online