EnglishEspañolPortuguês

REGENERAÇÃO

Cientistas descobrem que águas-vivas podem se fundir após ferimentos

7 de outubro de 2024
2 min. de leitura
A-
A+
Foto: Ilustração | Freepik

Cientistas da Universidade da Califórnia, dos Estados Unidos, fizeram uma descoberta surpreendente sobre um filo de água-viva chamado de ctenóforos. Eles observaram que, quando feridas, essas criaturas marinhas gelatinosas são capazes de se fundir, criando um único animal, com características combinadas. O fenômeno foi descrito em um artigo publicado no periódico Current Biology.

Oscar Arenas, coautor do trabalho, relatou que ele e seus colegas fizeram a descoberta após encontrar um indivíduo com uma forma incomum no tanque do laboratório: com duas bocas e duas extremidades traseiras.

Curiosos para entender o que havia ocorrido, os cientistas decidiram investigar se dois indivíduos independentes poderiam, de fato, se unir. “Naquela mesma noite, começamos a tentar replicar essa observação”, contou Arenas ao The Guardian.

A equipe, então, pegou pares de nozes-do-mar – coletadas de diferentes locais em diferentes momentos – e, para cada uma, removeu parte da lateral do corpo. Cada par foi preso junto, com seus ferimentos se tocando. Os resultados revelaram que, em 9de cada 10 casos, houve a junção.

“Quando percebemos que poderíamos reproduzir a fusão de forma consistente, encurtamos o tempo e, eventualmente, descobrimos que a fusão ocorria em poucas horas em uma placa de Petri”, contou o coautor.

Os cientistas também constataram que, quando cutucavam um lado da criatura fundida, ambos os seres se sacudiam e se contraíam, um resultado que sugere que seus sistemas nervosos podem ter se unido.

A tese foi apoiada pelo fato de que, uma hora após as águas-vivas serem pareadas, suas contrações musculares começaram a sincronizar. Um experimento envolvendo seis pares revelou que 95% das contrações dentro de cada par eram completamente sincronizadas após duas horas.

“Nossas observações sugerem que os ctenóforos podem servir como um excelente modelo para investigar processos evolutivos de sistemas de autorreconhecimento e avançar nossa compreensão do enxerto e regeneração de tecidos, incluindo o sistema nervoso”, completou Arenas.

Fonte: Um Só Planeta

    Você viu?

    Ir para o topo