Agora, os cientistas têm se apressado para estudar quais seres estavam escondidos nas profundezas sombrias debaixo da imensa camada de gelo antes que o ecossistema mude para sempre.
“Não consigo imaginar uma mudança mais dramática nas condições ambientais em qualquer ecossistema na Terra”, disse Julian Gutt, ecologista marinho do Instituto Alfred Wegener para Pesquisa Polar e Marinha em Bremerhaven, na Alemanha.
À medida que o iceberg se desloca para o Mar de Weddell, os cerca de 5.800 quilômetros quadrados de fundo do mar que ficaram protegidos pelo gelo por até 120 mil anos, revelarão segredos inimagináveis.
A oportunidade representa um dos únicos aspectos positivos de um evento causado pelas mudanças climáticas. O ecossistema provavelmente está destinado a desaparecer, já que foi exposto, pois outras espécies correm para colonizar o novo território, segundo a Mother Nature Network.
Por enquanto, é uma oportunidade incrível para os cientistas conhecerem um terreno pouco explorado.
Como este não é o primeiro iceberg a se separar na região, eles sabem o que esperar. Por exemplo, filmagens realizadas por geofísicos em um cruzeiro do Programa Antártico dos EUA em Março de 2005 mostraram que o fundo do mar era coberto por uma imensa camada branca – provavelmente uma grande camada de micróbios que ingeriam enxofre. Amêijoas também foram encontradas. Porém, quando um navio de pesquisa chegou à área, apenas moluscos mortos e a matéria de plantas em decomposição permaneceram no local.
Desta vez, os cientistas esperam vencer o inevitável colapso deste frágil ecossistema. Eles também poderão estudar como esses ecossistemas se adaptam a mudanças tão velozes no meio ambiente.