Os cientistas do Met Office, serviço meteorológico do Reino Unido, preveem que neste ano haverá um dos maiores aumentos registrados de níveis de dióxido de carbono na atmosfera. E eles alertam que as repercussões afetarão “dezenas de gerações”.
O acúmulo do dióxido de carbono, o principal gás de efeito estufa, pode ser maior do que no ano passado, já que os padrões climáticos no Pacífico parecem reduzir a capacidade de absorção do excesso de carbono pelas florestas tropicais em 2019. As mudanças no clima afetam as plantas que crescem e absorvem o dióxido de carbono.
Esta redução, combinada com o aumento das emissões da atividade humana, significa que os cientistas esperam ver um dos maiores aumentos na concentração de dióxido de carbono atmosférico em 62 anos de medições.
O professor Richard Betts, do Met Office Hadley Centre, disse: “Desde 1958, o monitoramento no observatório de Mauna Loa, no Havaí, registrou um aumento de 30% na concentração de dióxido de carbono na atmosfera.”
“Isso é causado pelas emissões da produção de cimento, do desmatamento e da queima de combustíveis fósseis, e o aumento teria sido ainda maior se não fosse pelos florestas tropicais que absorveram parte do excesso.”
“Este ano, prevemos que a capacidade de absorção das florestas estará relativamente fraca, por isso o impacto do recorde de emissões causadas pelo homem será maior do que no ano passado”.
O dr. Dann Mitchell, da Universidade de Bristol, disse que uma grande proporção de dióxido de carbono liberado na atmosfera permanecerá “por milhares de anos”, e as repercussões da previsão do Met Office “também afetarão dezenas de gerações”.