Os seres humanos vão colocar centenas de espécies de pássaros e animais em risco de extinção destruindo seus habitats naturais nos próximos cinquenta anos, um estudo avisa.
Conforme a humanidade expande a utilização da terra ao redor do planeta, a vida selvagem vai perdendo muito de seu habitat o que pode levar numerosas espécies a extinção de fato.
Até o ano 2070, pesquisadores preveem que até 1.700 espécies de anfíbios, aves e mamíferos estão ameaçados exatamente por terem sido expulsos de seus lares.
Ecologistas da Universidade de Yale examinaram como as mudanças causadas pelo uso da terra vão impactar no futuro da biodiversidade, a variedade de plantas e da vida animal encontradas em um habitat particular.
Eles examinaram cenários diferentes baseados em crescimento da população e mudanças econômicas na sociedade global que poderiam levar a um aumento no uso da terra
Eles então compararam as áreas mais prováveis para expansão humana a regiões que 19.400 espécies chamam de lar.
Pesquisadores descobriram que 886 anfíbios, 436 pássaros e 376 mamíferos perderiam tanto de seu habitat natural correriam um risco muito maior de extinção.
Espécies vivendo no Centro e no Leste da África, Mesoamerica, África do Sul e Sudeste da Ásia vão sofrer as maiores perdas, de acordo com o estudo.
A equipe de pesquisadores disse que os caminhos potenciais para expansão representam “expectativas razoáveis” sobre os futuros desenvolvimentos sociais, demografia e economia.
O co-autor do estudo, Walter Jetz, disse: “Nossas descobertas ligam esses futuros plausíveis a suas implicações para a biodiversidade”.
“Nossas análises nos permitem rastrear como as decisões políticas e econômicas – através de suas mudanças associadas à cobertura da terra global – devem causar declínio na extensão do habitat de espécies em todo o mundo.”
O estudo mostra que, em um cenário de “meio termo” de mudanças moderadas no uso da terra, cerca de 1.700 espécies provavelmente experimentarão um aumento acentuado em seu risco de extinção nos próximos 50 anos.
As descobertas sugerem que elas perderão de 30% a 50% de seus atual habitat até 2070.
Entre elas estão espécies cujos destinos serão particularmente terríveis, como o sapo de Lombok na Indonésia, o iechwe do Nilo no Sudão do Sul, trepador sobrancelha no Brasil e o arapaçu de bico curvo encontrado na Argentina, Brasil e Uruguai.
Prevê-se que todos eles percam metade da faixa geográfica que ocupam atualmente nas próximas cinco décadas.
As projeções e todas as outras espécies analisadas podem ser analisadas no site Map of Life (Mapa da Vida, na tradução livre).
O mapa mostra o impacto nas espécies numa resolução de escala por quilômetros.
“A integração de nossas análises com o Mapa da Vida pode servir como apoio a qualquer um que deseje avaliar como as espécies podem sofrer sob cenários futuros específicos de uso da terra e ajudar a prevenir ou mitigar esses efeitos”, disse Ryan P. Powers, co-autor, pós-doutorando e professor aposentado de Yale.
As Espécies que vivem na África Central e Oriental, América Central, América do Sul e Sudeste da Ásia sofrerão a maior perda de habitat e maior risco de extinção, de acordo com o estudo.
Mas o professor Jetz alertou o público para não assumir que as perdas são apenas problema dos países em cujas fronteiras elas ocorrem.
“Perdas em populações de espécies podem impactar de forma irreversível no funcionamento de ecossistemas e na qualidade de vida humana”, ele disse
“Embora a destruição da biodiversidade em partes longínquas do planeta possa não nos afetar diretamente, suas consequências para a subsistência humana podem reverberar globalmente”, alerta o professor.
O professor explica ainda que é frequentemente das demandas situadas mais distantes que surge a necessidade que leva a essas perdas de biodiversidade e habitats – por exemplo as madeiras de lei tropicais, o óleo de palma ou soja – tornando assim, a nos todos, co-responsáveis pela situação.
Os resultados do estudo foram publicados pela revista Nature Climate Change.