Caos. É assim que o zootecnista Miller Mendes Mesquita define o que está ocorrendo com os animais domésticos na cidade de pouco mais de 11 mil habitantes, Rio Paranaíba, na região do Alto Paranaíba. De acordo com ele, do dia 26 de maio até esta quarta-feira (12) ele atendeu mais de 50 cães envenenados. A Polícia Civil afirmou que há registro de pelo menos 20 mortes de animais em menos de um mês na cidade. Já a Secretaria de Meio Ambiente acredita que o número de mortes possa ultrapassar os 50.
A polêmica já invadiu as redes sociais com direito a recompensa. Na página do grupo da Associação dos Defensores e Amigos do Meio Ambiente está sendo realizada uma campanha para arrecadação de dinheiro para usar como recompensa para quem denunciar com provas o autor ou autores desse crime.
O zootecnista Miller Mendes contou que a forma de envenenamento dos animais é sempre do mesmo modo, através de um produto agrícola chamado Temik, conhecido por chumbinho. “O produto tem sido colocado em carne moída, carne de porco, pão de queijo e até em bolachas recheadas”, disse.
Além dos cachorros atendidos pelo veterinário, ele disse que há vários animais que não conseguiram ser socorridos. “Só nesta terça-feira um coletor de lixo me contou que 14 animais foram recolhidos mortos”, acrescentou.
Miller Mendes trabalha há 10 anos na profissão e nunca tinha vivenciado uma crueldade como essa. “O caso está muito sério. Cada dia que passa os envenenamentos aumentam e as mortes também”, ressaltou.
Entre as vítimas dos envenenamentos está a companheira de oito anos da comunicadora Thaís Flávia. No início deste mês ela encontrou a cadela Suzy envenenada na garagem de casa. Ela conseguiu levar o animal para receber atendimento, mas não resistiu. “Eu e minha família estamos sofrendo muito com a morte de Suzy. Ela era uma cachorra muito querida. O sentimento que fica é de indignação”, contou.
Fonte: G1