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Cidade nos EUA dá exemplo e proíbe indústria da pele animal

9 de dezembro de 2011
3 min. de leitura
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Por Natalia Cesana (da Redação)

Animais são confinados e torturados em fazendas de pele (Foto: Reprodução/CNN)

Os animais tiveram uma vitória histórica. West Hollywood, cidade na Califórnia (EUA) conhecida pelas políticas a favor dos animais, recentemente se tornou o primeiro local dos Estados Unidos a proibir dentro dos limites da cidade a venda de produtos que tenham pele animal. A norma passa a valer em 2013, segundo informações do jornal CNN.
“Não queremos ser uma cidade que apoia a criação de animais para serem mortos apenas por causa da moda”, disse John D’Amico, integrante do Conselho Municipal de West Hollywood e um dos que liderou a aprovação da lei.
Se você não quer que alguém tire o couro do seu cachorro ou gato, então por que permitir que a mesma crueldade recaia em outros seres? Guaxinins, raposas, castores, chinchilas, martas (mink) e coelhos morrem por causa de sua pelagem. Estes animais não são diferentes de um cão ou de um gato. Todos eles têm olhos, ouvidos e corações. Todos sentem dor quando estão fisicamente mutilados. Eles tremem de medo quando experimentam o terror.
“Estou muito perplexo com isso. Isso é política no seu pior”, disse o diretor-executivo do Conselho de Informações sobre Pele Animal, Keith Kaplan.
Mas não há motivos para ficar perplexo. Historicamente, a exploração animal é conduzida pelo desejo de lucrar. O argumento mais óbvio contra o progresso que leva à civilidade é que mudanças custam dinheiro.
Os opositores afirmam que metade das 200 lojas de vestuário de West Hollywood vendem artigos com pele animal.
A lei, entretanto, só entrará em vigor daqui a dois anos. D’Amico diz que há tempo suficiente para que as lojas renovem seus estoques. Elas podem até vender esses produtos mais rápido ou doá-los à PETA, que dará essas roupas a pessoas desabrigadas.
O conselheiro acredita que a proibição, em última instância, trará a West Hollywood mais negócios que prejuízos. Ele pretende aproveitar a atenção global que a lei está tendo para atrair consumidores simpáticos à causa. Existem, claro, alternativas à pele que são muito mais funcionais e aquecem mais o corpo que as peles.
Alguns perguntam se, usando a lógica do argumento anti-peles, o próximo passo será a proibição da venda do couro? “Melhorar a forma como vivemos no mundo é e sempre será importante”, disse D’Amico.
Infelizmente, produtos feitos com pele animal ainda estão nas prateleiras. Sugiro àqueles que ainda dizem “eu amo animais, mas….” que encarem os fatos. Você tem estômago para ver por um minuto ou dois inocentes criaturas – que nada fizeram aos humanos – mordendo as próprias pernas para soltar-se das armadilhas? E que tal assistir à eletrocussão de animais em fazendas de pele? Eu vi as duas cenas e, como ativista animal, aguentei ver o documentário Skin Trade, que mostra tudo isso. As imagens me assombram, principalmente quando vejo mulheres da cabeça aos pés vestidas com pele animal.
“O necessário para o triunfo do mal é que os homens bons não façam nada”, disse o estadista irlandês Edmund Burke. Bem, a população de West Hollywood tem feito alguma coisa. Eles saíram, cada um a sua maneira, para lutar por aqueles que menos têm voz no mundo: os animais.
D’Amico espera que o Estado da Califórnia um dia siga o exemplo de West Hollywood e transforme a costa oeste dos Estados Unidos em uma zona livre de peles animais. Mas mesmo sabendo que outras cidades não consideram uma proibição similar, D’Amico espera – assim como eu – que as ações de West Hollywood gerem um reexame coletivo desta prática que não tem lugar no século 21.

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