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ETERNIZADO

Cidade inaugura estátua para homenagear porco que pulou cerca para fugir de matadouro

O famoso porco Francis escapou de um matadouro em julho de 1990.

1 de setembro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Fakiha Baig/The Canadian Press

Francis, o porco que desafiou a morte ao escapar de um matadouro há 35 anos, voltou a emocionar gerações. Na última sexta-feira (29/08), ele foi eternizado em uma nova estátua de bronze, celebrando a coragem de um animal que lutou pelo que todos os seres vivos desejam: continuar vivendo.

A fuga aconteceu em julho de 1990, quando Francis pulou uma cerca de 1,2 metro e correu em busca de liberdade. Durante cinco meses, resistiu a três tentativas de captura, sempre conseguindo despistar quem o perseguia. Até que um dardo tranquilizante o atingiu. A substância causou uma infecção que, poucos dias depois, tirou sua vida, já em segurança em uma fazenda que havia decidido acolhê-lo.

A cada novo avistamento noticiado no jornal local, moradores comemoravam como se torcessem por um herói. Crianças escreviam cartas refletindo sobre as lições deixadas pelo animal, e até bandas compuseram músicas exaltando sua resistência.

Décadas depois, em Red Deer, no Canadá, onde tudo aconteceu, a história ganhou contornos de lenda. A cidade mantém viva a memória de Francis. Além da estátua, agora instalada em um parque, cercada por margaridas de bronze, sua imagem está em camisetas, rótulos de cerveja, food trucks vegetarianos e até em desfiles, como um símbolo de rebeldia e esperança.

O escultor Danek Mozdzenski, responsável pela obra, afirmou que quis representar Francis como realmente estava após meses de vida livre, ágil e determinado. Para ele, o animal tomou uma iniciativa que costuma ser atribuída apenas aos humanos, arriscou tudo para tentar mudar seu destino.
Do ponto de vista dos direitos animais, sua trajetória expõe uma contradição ainda atual. Francis não era diferente dos milhões de outros porcos que, diariamente, têm negado o direito à vida. Sua tentativa desesperada de sobreviver não foi um acaso, foi um ato de resistência contra um sistema que transforma vidas em mercadorias.

Francis não pôde desfrutar por muito tempo da liberdade que conquistou, mas sua história atravessou gerações. Hoje, permanece como denúncia contra a crueldade e lembrança de que cada animal, diante da morte, também escolheria viver.

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