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AVANÇO

Cidade do Sul de Minas Gerais inicia mudança para acabar com as charretes puxadas por animais

3 de dezembro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

Caxambu inicia uma mudança que rompe com uma prática histórica marcada pelo sofrimento de cavalos abusados em nome do turismo. A cidade do Sul de Minas passa a substituir as charretes puxadas por animais por carruagens elétricas, uma decisão que sinaliza avanço ético, responsabilidade ambiental e compromisso com a vida.

Com a sanção da Lei 3140 de 2025, ficou estabelecido que a partir de 4 de maio de 2026 não será mais permitido qualquer transporte urbano feito por tração animal. A norma reconhece que os cavalos não são ferramentas, mas seres sencientes submetidos por décadas a jornadas exaustivas, calor extremo, sobrecarga de peso e ausência de cuidados adequados. O que antes era visto como tradição passa a ser compreendido como exploração.

O município também incluiu medidas para proteger quem dependia da atividade. Charreteiros cadastrados recebem apoio financeiro para migrar a novos modelos de trabalho ligados ao turismo sustentável. Veículos elétricos de pequeno porte passam a ocupar o espaço antes tomado pelas carroças, garantindo renda a trabalhadores sem impor violência a qualquer animal.

As novas carruagens foram pensadas para preservar o charme das ruas e dos roteiros históricos. Silenciosas e movidas a eletricidade, oferecem conforto aos visitantes e ao mesmo tempo libertam os cavalos de uma rotina de dor que sempre esteve presente, mesmo quando disfarçada pelo cenário bucólico.

Caxambu é reconhecida por suas fontes minerais e pelo patrimônio arquitetônico. Agora passa a ser lembrada também por uma decisão consciente que respeita a vida em todas as suas formas. A iniciativa demonstra que é possível evoluir sem apagar a identidade cultural de uma cidade.

A substituição das charretes é um gesto educativo que comunica valores e inspira outras cidades históricas a reverem práticas ultrapassadas.

O turismo do presente não se constrói sobre corpos forçados a puxar o passado. Ele se fortalece quando caminha ao lado da justiça, do cuidado e do reconhecimento de que animais não existem para servir.

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