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Cidade do México proíbe uso de espadas em touradas para tentar dialogar com ativistas em defesa dos direitos animais

19 de março de 2025
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Foto: Divulgação

O Congresso da Cidade do México aprovou, ontem (18), uma medida que impõe restrições às touradas, visando reduzir os danos causados aos touros e aos toureiros. A decisão foi celebrada por ativistas em defesa dos direitos animais como um passo importante em direação à abolição completa da prática.

A nova legislação, proposta pela prefeita Clara Brugada, do partido governista Morena, proíbe o uso de pás e espadas pelos toureiros, além de exigir que os chifres dos touros sejam cobertos. A medida foi aprovada com ampla maioria, recebendo 61 votos a favor e apenas um contra, e deve entrar em vigor em 210 dias, período no qual o governo local emitirá regulamentações específicas.

Embora a iniciativa seja um avanço, ativistas em defesa dos direitos animais ressaltam que o ideal é a erradicação total das touradas, prática secular que submete os animais a sofrimento extremo e violência desnecessária. “Qualquer medida que reduza o sofrimento dos touros é bem-vinda, mas não podemos nos contentar com reformas parciais. A tourada é uma prática cruel por natureza, e o único caminho ético é sua abolição completa”, afirmou um representante de uma organização de proteção animal.

A aprovação do projeto de lei gerou reações polarizadas. Enquanto defensores dos direitos animais comemoraram a decisão, fãs da tradição protestaram do lado de fora do Congresso, chegando a confrontar a polícia e tentar invadir o prédio. Cartazes exibidos pelos manifestantes expressavam “respeito pelo touro”, mas ativistas argumentam que o verdadeiro respeito só seria demonstrado com o fim definitivo da exploração dos animais para entretenimento.

A Cidade do México abriga a maior praça de touros do mundo, um símbolo de uma tradição que remonta ao século XVI, trazida pelos invasores espanhóis. No entanto, nos últimos anos, a prática tem perdido apoio em diversos países da América Latina. A Colômbia, por exemplo, aprovou em 2023 uma lei que proíbe as touradas até 2027, seguindo o exemplo de nações como Argentina, Chile e Uruguai, onde a prática já foi abolida.

Para ativistas, a medida mexicana é um passo na direção certa, mas ainda distante do ideal. “A evolução das touradas não deve ser sobre como torná-las menos cruéis, mas sim sobre como substituí-las por formas de cultura e entretenimento que não envolvam o sofrimento animal”, destacou um porta-voz de uma organização em defesa dos direitos animais.

A prefeita Brugada celebrou a aprovação da lei nas redes sociais, afirmando que a Cidade do México está se transformando em “uma cidade que respeita os direitos animais e não tolera abusos ou violência contra eles”. No entanto, para muitos, o verdadeiro marco será o dia em que as touradas forem completamente banidas, colocando fim a uma prática que, em pleno século XXI, ainda submete animais a crueldade em nome da tradição.

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