A pressão exercida por ativistas em defesa dos direitos animais mexicanos pode dar fim à tradição barbára de torturar e assassinar touros em arenas na capital do país. Após intensos e frequentes protestos, ativistas conseguiram que uma nova lei que proíbe touradas conseguisse uma aprovação preliminar, mas ainda não definitiva.
Em 2021, a Comissão de Bem-Estar Animal da Cidade do México conseguiu a atenção de parlamentares e pela primeira vez na história da cidade, está sendo considerada a abolição da prática, realizada há mais de 500 anos em razão da herança espanhola. O país já reconhece os direitos animais, mas esbarra na ganância movida pela renda que o espetáculo cruel traz.
Uma associação em defesa da touroumaquia afirma que a prática rende mais de 3 mil empregos e não há mercado de trabalho disponível para absorver essas pessoas. Há ainda os que lucram indiretamente, com os setores gastrônomicos e hoteleiros. Ativistas afirmam que esse lucro está sendo propositalmente superestimado, pois há uma tendência mundial ao repúdio à prática.
A Cidade do México pode ser a sexta cidade a banir o esporte tradicional no país após a proibição em Sonora, Guerrero, Coahuila e Quintana Roo. Cidades da Espanha, Bolívia e Equador também proibiram o esporte brutal, enquanto ainda é amplamente permitido na França, Portugal, México, Colômbia, Venezuela e Peru. Milhões de touros são mortos anualmente apenas no México.
Ativistas pontuam que os únicos que são contrários à proibição são os que lucram com a crueldade animal. As novas gerações repudiam a prática e têm vergonha de uma ancestralidade pautada na tortura de animais. Inclusive, cada vez mais se fala sobre veganismo, meio ambiente e reconhecimento dos direitos animais entre os mais jovens.
Agora, a Cidade do México precisa decidir dar um passo em direção à evolução ou permanecer no obscurantismo.