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Cidade do Ceará suspende matança de cães antes do Carnaval

3 de março de 2011
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Além da montagem de palcos e da contratação de bandas, a cidade de Paraipaba, no Ceará, incluía entre os preparativos para receber os turistas no Carnaval o sacrifício de cães que vagavam pelas ruas, mesmo que sadios.

“Era a Operação Carnaval”, disse o coordenador da Vigilância Sanitária de Paraipaba (a 100 km de Fortaleza), Rodolfo Paiva.

O Ministério Público estadual enviou recomendação a cidades do litoral cearense para que operações do tipo não ocorram neste ano.

Segundo a procuradora Sheila Pitombeira, o órgão está apurando se as cidades promovem uma “matança” às vésperas do feriado para que os foliões não se sintam incomodados. O principal atrativo dessas cidades no Carnaval são as praias e os shows de forró e axé.

A denúncia partiu da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais). A presidente da ONG, Geuza Leitão, diz que a “limpeza” das cidades litorâneas é uma prática antiga. Segundo ela, até os cães que têm dono, mas estão na rua, podem morrer.

A maior parte dos municípios ouvidos pela Folha confirmou que recolhe os cães no período pré-Carnaval, mas afirma que só os doentes são mortos. Segundo eles, o objetivo é evitar a transmissão de raiva e leishmaniose.

Em Paraipaba, porém, o coordenador da vigilância afirmou que animais saudáveis já foram sacrificados.

“O que você vai fazer com o cão? Ele pode pegar doença, pode derrubar uma moto. Você vem pular Carnaval e ele pode te morder”, disse Paiva, que é veterinário.

Neste ano, segundo ele, a “Operação Carnaval” não vai acontecer porque a Promotoria determinou que os corpos dos cães mortos não fossem jogados no lixão, e não há incinerador no local.

A dona de casa Margarida da Silva, 64, conta que mantém seus três vira-latas presos para que não sejam pegos pela carrocinha. “Mas hoje tem muito pouco cachorro na rua. Eles mataram demais.”

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado, José Filho, afirmou que o caso de Paraipaba está sendo investigado. Segundo ele, não é permitido matar cachorros saudáveis para controle populacional.

Outros  casos
Há denúncias sobre mortes de animais no interior também em outros períodos.

A advogada Raquel Magalhães, 32, disse que em 2009 a cadela de sua família fugiu, em Arneiroz (a 390 km de Fortaleza), e foi morta apesar de estar saudável. A prefeitura disse que, se o animal foi sacrificado, provavelmente estava doente.

Fonte: Folha

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