Idealizadora da iniciativa, apaixonada por animais e protetora da vida – sob qualquer forma, Sandra Colpo aposta na criação da ONG como forma de acabar com os maus-tratos e, principalmente, através de um trabalho de conscientização, mudar a cultura do abandono – uma prática cada vez maior em virtude da falta de informação. “Antigamente, a gente via animais perambulando, livres pelas ruas, mas a gente sabia também quem eram os tutores. Hoje, eles não têm mais, não se sabe de quem é, porque não existe responsabilidade e consciência”, relembra.
O abandono, ainda de acordo com ela, vem da falta de informação e consciência dos tutores que, ao adquirir um animal de estimação, não se dão conta de que este é um ser vivo e, por consequência, merece toda consideração e respeito. “Quando se compra um cãozinho, tudo é bonitinho. Ele é pequenininho, e tudo é legal. Mas ele vai envelhecer, e necessitar de cuidados especiais, como nós, quando envelhecermos. Devemos cuidar dos nossos animais como gostaríamos que nós fôssemos tratados na nossa velhice”, evidencia.
Para obter essa mudança de pensamento, mais do que apenas recolher animais das ruas, devolvendo-lhes a saúde, dignidade e alegria, grande deverá ser o trabalho da organização – depois de oficialmente criada, para combater a prática do abandono através da conscientização sobre a posse responsável. Desta forma, obtendo-se sucesso com a diminuição do número de casos de abandono, conforme acredita Sandra, em muito reduzirá também os maus tratos praticados nas ruas, a proliferação de doenças e de animais sacrificados.
Em 2010, segundo dados da Vigilância Sanitária, 14 cachorros tiveram de ser sacrificados. É com o auxílio dos empresários, inclusive, que ela espera poder contar nesta iniciativa. “Os empresários deveriam ter grande participação neste projeto. É triste, mas ninguém quer os cães abandonados na frente de seus comércios. Entendo, mas não podemos apenas expulsá-los ou agir pior, com maus-tratos”, reforça.
Forma de trabalho
Conforme estabelecido em reunião, depois de criada a ONG, grupos de trabalho deverão sair, à noite, em busca de animais abandonados, recolhendo-os e dando abrigo, cuidados médicos, alimentação e, posteriormente, um lar para habitar através da doação – consciente e responsável. Grande dificuldade, já prevista, será a ausência de um local para destino e de condições para cuidados dos animais, justamente por ainda não se ter, no município, um abrigo municipal ou centro de zoonose, e mesmo a vigilância sanitária não dispor de estrutura suficiente para dar suporte.
Como a ONG – a ser criada, que parte do zero, assim também será todo o trabalho realizado, onde a própria falta de informações será uma dificuldade, tendo em vista o real desconhecimento sobre a verdadeira população canina. Não se tem nenhum levantamento neste sentido. “O caminho é esse, formar a ONG e formar o grupo. Se não for agora, não será depois. Chegaremos à condição de ganhar muitas doações, mas a realidade é que começaremos pequeno e encontraremos muitas dificuldades”, avalia.
Convite
Por essa razão, ela faz o convite a todos aqueles que não apenas queiram colaborar, mas que realmente tenham propósitos e muito amor aos animais, a participar efetivamente das reuniões e fazer parte da ONG. As próximas reuniões acontecem nos dias 14 e 21 de fevereiro, às 19h, nas dependências do auditório da AMA, no bairro Santa Cruz. O objetivo dos encontros é a discussão, criação do estatuto e formação da diretoria.
Fonte: Nova Fronteira