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ENVENENAMENTO

Cidade australiana coloca robôs nas ruas para exterminar gatos selvagens

Eliminar milhões de gatos com veneno não resolve o desequilíbrio ecológico, métodos éticos, como esterilização, educação e controle reprodutivo, são mais eficientes para conciliar proteção ambiental e compaixão.

11 de outubro de 2025
Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Lyn Alcock

Em uma tentativa cruel de conter o avanço dos gatos selvagens, cidades australianas começaram a implantar robôs programados para exterminá-los com veneno. O plano, que prevê o extermínio de até 6 milhões de gatos em cinco anos, é uma medida bárbara, antiética e ineficaz a longo prazo.

A narrativa oficial classifica os gatos como “invasores” e “pragas”, reduzindo seres sencientes, com capacidade de sofrer e sentir dor, a meros obstáculos a serem eliminados. A estratégia utiliza dispositivos movidos a energia solar, da empresa Thylation, que borrifam um veneno mortal nos animais.

O veneno é um gel tóxico conhecido como Poison 1080, que é ingerido durante a higiene do animal, provocando uma morte lenta e dolorosa. O investimento do governo australiano ultrapassa 7,6 milhões de dólares australianos, valor que poderia ser direcionado a alternativas não letais de controle populacional.

Embora os gatos selvagens realmente causem desequilíbrio ecológico, mas não esse desequilíbrio não é resolvido com extermínio. Foram os humanos que introduziram esses animais no ecossistema australiano. Agora, matá-los é tentar apagar as consequências sem corrigir as causas.

Entre as alternativas mais éticas, destacam-se os programas de captura, esterilização e realocação (TNR). Essa estratégia consiste em capturar os gatos selvagens, esterilizá-los e devolvê-los ao ambiente controlado ou realocá-los em santuários. Ao impedir a reprodução, o método reduz gradualmente o número de felinos ao longo dos anos, sem causar sofrimento ou desequilíbrios ecológicos adicionais.

Outra medida fundamental é o investimento em campanhas educativas voltadas à população. Informar sobre a importância da guarda responsável de gatos domésticos, incentivar a castração preventiva e combater o abandono são passos essenciais para impedir que novos animais sejam deixados à própria sorte e se tornem parte das populações selvagens. A mudança de comportamento humano é o primeiro passo para evitar que o problema continue se repetindo.

Também se mostra eficaz a instalação de cercas ecológicas e zonas de exclusão, que isolam áreas sensíveis da fauna nativa e evitam a entrada de predadores. Essa abordagem protege espécies ameaçadas sem recorrer à violência, permitindo que o controle seja feito de maneira preventiva e compatível com os princípios do bem-estar animal.

Por fim, o uso de tecnologias de rastreamento e vacinação anticoncepcional surge como uma solução inovadora e ética. Dispositivos de monitoramento permitem acompanhar os deslocamentos dos felinos e avaliar o impacto das medidas de controle, enquanto vacinas anticoncepcionais oferecem uma forma humanitária de reduzir a fertilidade e, consequentemente, o crescimento populacional. Essas alternativas demonstram que é possível equilibrar proteção e compaixão, priorizando a vida sem abrir mão da proteção ambiental.

Especialistas também ressaltam que a simples eliminação dos gatos pode gerar efeitos colaterais ecológicos, como o aumento de roedores e outras espécies oportunistas, agravando ainda mais o desequilíbrio.

Proteção ambiental não pode ser sinônimo de extermínio. Proteger a natureza exige compaixão, ciência e responsabilidade.

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